Deve atrasar em pelo menos duas semanas a liberação parcial do tráfego na Ponte da Integração, localizada sobre o Rio Uruguai, ligando a BR 158, em Palmitos, com a BR 386, em Iraí. A ponte foi interditada no dia 26 de agosto. Inicialmente o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT) anunciou que o tráfego poderia ser liberado em até 20 dias, prazo que encerrou ontem.
Continua depois da publicidade
Leia mais:
:: Interdição de ponte entre Iraí e Palmitos afeta economia do Oeste de SC
:: Leia as últimas notícias do Diário Catarinense
Continua depois da publicidade
Agora a previsão é que os trabalhos demorem no mínimo até o final do mês, segundo o engenheiro civil Venceslau Adolpho Júnior, da Sociedade Geral de Empreitadas Ltda (Sogel), empresa contratada para a obra. Porém, não há garantia de conclusão neste novo prazo.
– O grau de dificuldade é muito grande por causa da correnteza, não é como trabalhar no solo, aí eu poderia dar um prazo fixo – afirmou o engenheiro.
Para liberar o trânsito é necessária a recuperação de quatro tubulões que dão sustentação ao pilar 12 da ponte, que apresentam rachaduras.
Continua depois da publicidade
Desde novembro do ano passado a ponte tem restrição de tráfego, após usuários postarem nas redes sociais imagens da estrutura “balançando”. Depois disso, as cheias do final de junho agravaram a situação do pilar 12, com risco até de queda da estrutura.
Tubulões danificados
Foto: DNIT/Divulgação
Oito mergulhadores de uma empresa de Rio Grande foram contratados para fazer o reparo nos quatro tubulões que normalmente estão submersos e dão sustentação ao pilar 12. Os profissionais utilizam roupas de neopreme, que servem para manter a temperatura do corpo, máscara e tanque de ar comprimido, para respirar debaixo d’água.
Um dos mergulhadores é Rodrigo Lima de Oliveira. Ele explica que um dos problemas do Rio Uruguai é a oscilação do nível da água. Quanto maior o nível da água, mais difícil é fixar a forma onde será colocado o cimento.
Continua depois da publicidade
– A correnteza empurra e a estrutura fica muito pesada – explicou Oliveira.
Ele disse que o serviço de concretagem de cada um dos quatro tubulões, que deve levar seis dias cada, poderia se feito em dois dias.
A assessoria de comunicação da superintendência do DNIT no Rio Grande do Sul informou que o prazo inicial não foi cumprido pois os trabalhos são mais complexos do que avaliado inicialmente.
O DNIT também está em contado com as operadoras das hidrelétricas de Foz do Chapecó e de Itá, que ficam acima da ponte, para ver a possibilidade de represar mais água e assim baixar o nível do rio. Só que esse represamento também depende da necessidade de geração de energia, que é determinado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Continua depois da publicidade
Depois da recuperação do pilar 12 os mergulhadores vão vistoriar os demais pilares. O DNIT informou que o bloqueio da rodovia foi necessário para priorizar a segurança dos usuários.
Além dos oito mergulhadores outros 50 funcionários trabalham na recuperação da ponte, que deve ser concluída totalmente até o final de dezembro.