A interdição total da Ponte da Integração na BR-158, entre Palmitos, em Santa Catarina, e Iraí, no Rio Grande do Sul, ocorrida no fim da tarde desta terça-feira, vai afetar a rotina dos moradores e causar prejuízo na economia do Oeste de Santa Catarina.
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A travessia teve de ser interditada após o Dnit identificar um problema estrutural em um dos pilares. O trânsito ficará impedido até quando durarem as obras. Nesta quarta-feira, um especialista em estruturas do Dnit deve fazer uma nova vistoria em todos os pilares.
– São prejuízos incalculáveis – avalia o presidente da Associação Comercial e Industrial e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmitos, Elson Otto.
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:: Ponte da Integração entre Iraí e Palmitos será bloqueada a partir desta terça-feira
Ele considera que a interdição parcial já afetou o movimento de restaurantes, borracharias e oficinas, causando até demissões. Agora, prevê um impacto maior ainda, já que muitas pessoas de Iraí compravam produtos em Palmitos, há moradores que trabalham nas cidades vizinhas. Além disso, parte da produção de leite da região Palmitos é vendida para um laticínio em Palmeira das Missões (RS).
Além disso cerca de 120 estudantes saem de Palmitos diariamente para estudar na Universidade Regional Integrada de Frederico Westphalen, no RS. Com a interdição, os alunos devem atravessar a ponte, que tem cerca de um quilômetro, a pé, já que a passagem de pedestres é permitida, embarcando no outro lado.
– O governo já deveria ter viabilizado uma balsa – reclama Otto, que não acredita que a obra de recuperação da ponte seja concluída até o final do ano.
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A Cooperativa A1, com sede em Palmitos, tem vários associados no Rio Grande do Sul – em municípios como Alpestre e Planalto, que ficavam a 60 quilômetros pela BR-158. Como até estar terça-feira ainda era permitida a passagem de pequenos caminhões – com até 20 toneladas de peso total – a entrega de mercadorias de supermercado e agropecuária, rações e insumos agrícolas, era feita pela ponte. Agora, terão que pegar os desvios.
– Vai dobrar o trajeto- prevê o gerente de logística da cooperativa, Nilson Schlemer.
Ele ainda não sabe quanto será o prejuízo por dia mas prevê um aumento de custo de 30 a 40% no transporte entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A Aurora Alimentos também desviou pela barca de Itapiranga o transporte de 35 mil aves por dia, até o frigorífico em Miraguaí. O trajeto aumenta cerca de 50 quilômetros e o custo para atravessar a balsa é de R$ 50 por viagem, segundo o gerente de operações da empresa, Celso Capelaro.
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O transporte do produto industrializado, de Miraguaí para o Norte do país, cerca de 600 toneladas por mês, terá que ser desviado, o que aumentará os custos em R$ 200 por viagem. Para esse volume são cerca de 20 viagens por mês.
O secretário de Desenvolvimento Regional de Palmitos, Élio Godoy, diz que a interdição da ponte causou alvoroço nos municípios da região.
– Há uma preocupação muito grande pois há uma relação intensa com o Rio Grande do Sul – afirma.
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Godoy conta que houve uma sondagens para a instalação uma barca, mas as estruturas de grande porte levariam dois meses para entrar em operação e ninguém faz contrato para menos de um ano. Está sendo estudada a possibilidade de colocar uma balsa que está desativada em São Carlos. A instalação possibilitaria transportar até caminhões de pequeno porte. Mas há outro empecilho que são os acessos para a balsa que teriam que se construído na barranca do rio Uruguai.
Caminhos alternativos:
– Ponte do Goio-Ên, SCT 480, em Chapecó
Comporta até carretas bitrem. Liga a cidade catarinense com Nonoai-RS. De Palmitos até na Ponte, pela SC-283 e depois SCT-480, são 80 quilômetros. Tudo pavimentado.
– Barca de Itapiranga
De Palmitos até a barca são cerca de 90 quilômetros, pela SC-283 e SC-163. São permitidos caminhões e carretas até sete eixos. A barca liga Itapiranga com o município de Barra do Guarita (RS). A rodovia foi pavimentada recentemente no lado gaúcho.
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– Barca de Mondaí
Indicada apenas para veículos pequenos. Liga Mondaí a Vicente Dutra (RS), mas tem um trecho de estrada de chão no lado gaúcho. Fica a 32 quilômetros de Palmitos.
– Ponte da Usina Foz do Chapecó
Liga Águas de Chapecó a Alpestre. Tem 18 quilômetros de estrada de chão no lado gaúcho. Não é recomendado para caminhões e carreta. São 25 quilômetros de Palmitos até a ponte, pela SC-283 e ACH-050.
A interdição
A ponte da BR-158 (também conhecida como BR-386) sobre o Rio Uruguai, que liga Iraí (RS) a Palmitos (SC), terá que ser fechada em função de grave problema estrutural em um dos pilares da ponte, identificado por técnicos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
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O órgão informou que a medida é preventiva para garantir a segurança dos usuários da rodovia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), se o trafego não fosse interrompido, o problema poderia levar a queda da ponte.
A ponte está em obras desde 2013 e já estava funcionando parcialmente, com bloqueio em meia pista e uma restrição para veículos com mais de 20 toneladas. Em junho, a travessia foi fechada durante a enchente do Rio Uruguai.
Em novembro de 2013, um leitor registrou a ponte se movendo com a passagem de veículos. Após o vídeo, o Dnit limitou a passagem de caminhões com mais de 57 toneladas. Confira:
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