Comunidades do Monte Cristo recebem mutirão de serviços e promessas de melhorias

Seis meses depois, o poder público finalmente resolveu unir esforços para voltar ao bairro Monte Cristo, região Continental da Capital, e realizar melhorias necessárias para a população. Nesta sexta-feira, um mutirão com limpeza, conserto da iluminação pública, tendas com serviços de habitação, saúde e cadastramento em vagas de emprego e cursos de profissionalização foram montadas no bairro, e o prefeito e secretários visitaram as comunidades.

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Dos moradores e lideranças, o prefeito Cesar Souza Junior ouviu reclamações e pedidos de melhorias permanentes, como a revitalização dos espaços comuns e projetos para crianças e adolescentes. De concreto nesta sexta era possível ver o trabalho de limpeza e operários na reforma do ginásio de esportes. A vinda dos projetos, por enquanto, ficou na promessa:

– Desde janeiro, por orientação da Polícia Militar não era possível oferecer todos os serviços no bairro, mas agora que a situação está controlada já estamos trabalhando na reforma da creche, recuperação da quadra e do ginásio. Vamos revitalizar o Carandiru, e trazer novamente os projetos no decorrer do segundo semestre – disse.

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O secretário do Continente, Deglaber Goulart, preferiu não falar em prazos:

– Já estamos fazendo muitas melhorias, queremos entrar na comunidade para não sair mais com o apoio dos moradores, mas não gosto de falar em datas, vai ser ainda esse ano – disse.

Faltam projetos sociais

A população do Monte Cristo, de mais de 20 mil pessoas, vive amedrontada pela disputa entre traficantes de facções rivais das comunidades Chico Mendes e Novo Horizonte. Há uma semana as polícias Militar e Civil deflagraram a operação Ordem e Progresso no local, e realizaram diversas prisões, que amenizaram, mas não resolveram os problemas.

A falta de políticas públicas consistentes no local faz com que jovens sejam constantemente recrutados por traficantes.

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Desde fevereiro na presidência da associação de moradores, Edson Jesus mostrou para o prefeito as demandas mais urgentes do bairro, e foi enfático ao afirmar:

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– O mais importante com certeza é ter projetos. Com ocupação, diminui a criminalidade. Agora eu vou ficar em cima e cobrar para que as coisas realmente aconteçam – disse.

Em dezembro de 2014 um mutirão semelhante aconteceu no bairro, e promessas de melhoria. No entanto, pouco foi feito desde então. Desta vez, os moradores esperam que não fique só na promessa:

– Ano que vem tem eleição, daí aparecem aqui e melhoram um pouco as coisas. Quem sabe agora eles não colocam mais projetos para tirar essa meninada da rua. Os bandidos ficam nessa guerra e quem mais sofre é o povo, que nem podemos sair de casa – falou um morador que preferiu não se identificar.