Devido à greve dos trabalhadores do transporte coletivo de Florianópolis, os estudantes e trabalhadores que utilizam diariamente os ônibus para chegar às aulas dependem agora de caronas ou das vans para chegar ao destino pretendido. Ficar na ponto de ônibus é a única opção para arriscar conseguir uma condução neste segundo dia de paralisação.

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O dia começava a amanhecer e a analista comercial e acadêmica do curso de Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Tatiane Cecchin, 26 anos, já esperava uma carona na Lagoa da Conceição para ir ao estágio obrigatório no Bairro Pantanal.

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Na última segunda-feira, quando começo a greve, Tatiane foi até o Terminal de Integração da Lagoa (Tilag) acreditando que poderia haver algum ônibus por lá. Como encontrou o local fechado, a opção foi pedir carona. Ela conseguiu uma até o Itacorubi e outra até a UFSC. De lá seguiu a pé até o local do estágio, onde encontrou uma turma de alunos para dar aula reduzida pela metade por causa da greve. Mesmo com todo esse transtorno, ela foi enfática:

-Acho que tem que ter greve, é um meio de protesto e temos que aceitar – disse a estudante.

Já nesta terça, ela não foi pega tão de surpresa. Marcou carona com uma professora do estágio que iria pegá-la no primeiro ponto de ônibus da Avenida das Rendeiras, na Lagoa. Se a condução para a ida estava garantida, ainda era cedo para saber como seria a volta, no fim do dia.

Foto: Guto Kuerten

A administradora Letícia Zotto, 33 anos, resolveu se precaver e já traçar certinho a ida e a volta. Na segunda ela foi para o Centro de carro, mas resolveu deixá-lo em casa nesta terça para não causar mais confusão no trânsito. Garantiu carona com um colega para ir até o trabalho no Centro e voltaria, no fim da tarde, de van. Para ela, seria mais fácil do que encarar congestionamento e ainda ter que pagar por estacionamento. Sobre a greve, ela opina:

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-Ano passado teve uma na mesma época (greve). Foi difícil. Na verdade, tem que motivar as pessoas a usar os ônibus e não o contrário. Dizem que vai ter ônibus hoje (terça) à tarde. Mas eu não acredito-, lamenta.

Letícia foi a pé da Avenida das Rendeiras até o Centrinho da Lagoa para conseguir a carona. O dia nem bem tinha raiado quando ela teve que sair de casa para garantir que chegaria a tempo no trabalho.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) emitiram comunicados sobre greve do transporte público na última segunda-feira. Apesar de abonarem as faltas, não cancelarão as aulas. A rede pública municipal de ensino também não paralisou as atividades.

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