Enrolado na Lava-Jato, réu no STF, foco dos protestos do último domingo, Renan Calheiros(PMDB-AL) já não tinha mais legitimidade para continuar à frente do Senado. Ao lado de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que já está preso, virou o símbolo de uma política que os brasileiros gostariam de enterrar. Mas Renan continuava agarrado ao poder, cada vez mais irritado com o Judiciário. Pois uma ação da Rede Sustentabilidade, que tinha Cunha como alvo inicial, derruba o poderoso senador. Em caráter liminar, o ministro Marco Aurélio Mello toma uma decisão óbvia: se o Supremo decidiu que réu não pode permanecer na linha sucessória da Presidência da República, Renan, que é réu, não deve continuar presidindo o Senado. O próprio Renan temia que isso ocorresse, mas não esperava tão rápido. Sinal de que, ao contrário do que muitos pensam em Brasília, não há mais intocáveis. Para o Planalto, é mas uma baixa. Embora Temer e Renan não morram de amores um pelo outro, estavam unidos em temas como a PEC do teto. Temer, porém, espera contar logo com Eunício de Oliveira (CE), um peemedebista de confiança que pretende assumir o Senado a partir de fevereiro. Isso se não houver uma nova virada de mesa.
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SEM MORAL
Depois do fiasco envolvendo o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o governo Temer não tem força política junto à opinião pública, neste final de ano, para levar adiante uma proposta polêmica como a reforma da Previdência. Nem o Congresso, desmoralizado por desfigurar o projeto das medidas contra a corrupção, tem moral para votar reformas impopulares.
RACHOU
O governo Temer enfrentará dificuldades na própria base na votação das mudanças na Previdência. Ao comentar matéria sobre aposentadoria de juízes, o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), representante da bancada ruralista, disse o seguinte nas redes sociais:
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– Deve chegar ao Congresso nesta semana reforma da Previdência que vai penalizar ainda mais os trabalhadores…
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