O presidente Michel Temer erra ao preservar o enrolado ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria Geral). Ele está envolvido em um caso de tráfico de influência malsucedido. Responsável pela articulação política, ele jamais poderia ter defendido o interesse de um empreendimento privado junto a um colega do governo. Não tem desculpa. Mas dentro do Palácio do Planalto, há quem defina o ato de Geddel junto ao Ministério da Cultura como um “deslize”. Um conselheiro do Planalto justifica: o impacto da delação da Odebrecht, segundo ele, poderá ser tão devastador que não vale a pena demitir um ministro agora. Daqui a algumas semanas, o caso de Geddel será fichinha.
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Patinando
Em conversas reservadas, empresários integrantes da primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado Conselhão, no governo Temer, reconheciam que o caso Geddel contribui para a falta de confiança do setor. A palavra de ordem, para um experiente conselheiro, ainda é esperança. Confiança e otimismo não ganharam força.
Pé do ouvido
Ao final do almoço com ministros e integrantes do conselhão, no Palácio da Alvorada, o presidente Temer teve uma longa e reservada conversa com o novo ministro da Cultura, Roberto Freire. A ordem é acabar com as polêmicas envolvendo a pasta, inclusive aquelas sobre empreendimentos imobiliários.
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Ajuda
A expectativa da equipe econômica do governador Raimundo Colombo é que na reunião desta terça sobre a crise nos Estados, em Brasília, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ao menos anuncie o repasse de recursos da multa da repatriação. Para Santa Catarina, seriam cerca de R$ 42 milhões.
– Estamos pagando a folha em dia, mas o dia a dia é difícil. Não está sobrando dinheiro – afirma o secretário Antonio Gavazzoni (Fazenda).
Com a Fazenda
O presidente Michel Temer está convencido de que os Estados precisam de algum tipo de ajuda neste final de ano, mas o Ministério da Fazenda é que precisa viabilizar o instrumento de repasse. A verba da repatriação é considerada insuficiente. Outra possibilidade seria uma linha de financiamento.
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Carolina Bahia: Os interesses de Geddel