Geddel Vieira Lima errou e não admite. O ministro da Secretaria de Governo advogou em causa própria e de uma empreiteira ao discutir com o então ministro Marcelo Calero (Cultura) sobre um prédio embargado em Salvador, no qual ele tem uma “promessa de compra e venda”. O peemedebista adquiriu um apartamento no 23° andar do empreendimento, só que o Iphan deu parecer contrário a uma construção tão alta. Calero se disse pressionado por Geddel, pediu o boné e jogou o problema no colo do presidente Michel Temer. Geddel admite a conversa e nega a pressão. E acha que está tudo bem. Ao Estadão, questionou: “Qual a imoralidade que há em tratar desse tema com um colega meu?”. O ministro esquece que resolver problemas de empreiteiras não está na alçada da Secretaria de Governo. À Folha de São Paulo, ele naturalizou a conversa, dizendo que estava “preocupado” com o embargo, como todo cidadão ficaria. Citou o desemprego, mas deixou o raciocínio pela metade: estava preocupado como ficaria todo cidadão que investiu mais de R$ 2 milhões em um prédio cuja obra foi paralisada. Aliás, esta não é a primeira vez que o baiano se complica ao telefone. A Lava-Jato encontrou mensagens trocadas com Léo Pinheiro, o poderoso da OAS, no período em que Geddel era vice-presidente da Caixa, tratando de interesses da construtora. No episódio, Geddel disse que não havia nada de irregular, mantra repetido agora. Se quem errou fica frio, seria conveniente uma atitude mais enérgica de Temer. Para um governo que perdeu cinco ministros e que escorrega em questões éticas, aliviar Geddel deixará a ideia de que Temer também considera natural misturar interesses públicos e privados no Palácio do Planalto.

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Conselhão

A versão repaginada por Michel Temer do Conselhão, que se reúne hoje com o presidente, traz o ex-governador Germano Rigotto e os empresários Dan Ioschpe e Jorge Gerdau. Também há espaço para celebridades. Roberto Justus, o técnico Bernardinho e o ex-jogador Raí estão no time.

#ForaRenan

Renan Calheiros (PMDB-AL) está no alvo dos movimentos de rua. O MBL convoca manifestação para amanhã, às 18h, no gramado do Congresso. Fim do foro privilegiado, apoio às medidas contra a corrupção e #ForaRenan estão na pauta.

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