A noite de abertura nesta quarta-feira do Festival de Dança de Joinville levou Cão sem Plumas, da Cia. de Dança Deborah Colker, ao palco do Centreventos Cau Hansen. A apresentação abriu oficialmente as apresentações da 35ª edição do evento, pelo qual devem passar mais de 230 mil espectadores até o dia 29 de julho. Nas boas-vindas ao público antes do espetáculo, o presidente do Instituto Festival de Dança, Ely Diniz lembrou a situação econômica brasileira, com cortes de verbas em vários setores, incluindo a cultura.
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– Apesar disso, o governo do Estado está conseguindo manter os recursos à arte e à dança por entender que é importante econômica e culturalmente – destacou Ely Diniz.
Na abertura, o governador Raimundo Colombo recebeu a Ordem do Mérito Cultural Bolshoi Brasil, a maior honraria da escola, que só tinha sido dada antes ao ex-governador Luiz Henrique da Silveira.
Festival de Dança motivou a criação da Escola Bolshoi em Joinville
A homenagem mais aplaudida da noite foi para a produtora cultural Albertina Tuma, por sua contribuição à história do Festival de Dança de Joinville. O reconhecimento foi entregue pela curadora do Festival deste ano, Ana Botafogo.
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Inspirado em um poema de 1950 do poeta João Cabral de Melo Neto, Cão sem Plumas levou um misto de sensações e emoções ao público. O espetáculo idealizado e construído ao longo de três anos e meio retrata de forma crítica a vida dos moradores de Pernambuco na rota de passagem do rio Capibaribe.
Com nascente entre o agreste e o sertão pernambucano, o rio Capibaribe banha 42 cidades do Estado até desaguar no Atlântico. Foi lá também que, segundo Deborah Colker, nasceu a essência do espetáculo apresentado ontem. Transformando o palco em um encontro de tons e movimentos, os 13 bailarinos dançaram ao som de maracatu, coco e outros ritmos regionalistas, combinados a ritmos eletrônicos e a trechos declamados. O cinema fez parte do esperáculo, com projeções.
Apesar de contar com a lotação máxima de 4,2 mil pessoas, a noite de abertura não teve a coreógrafa Deborah Colker. Com viagem marcada dos EUA para o Brasil, problemas no embarque a impediram de chegar no evento. Por telefone, ela lamentou a ausência e destacou a importância do Festival de Dança.
– É um lugar onde jovens realmente interessados em dança assistem ao espetáculo, jovens que podem vir a se tornarem bailarinos, coreógrafos, professores, ensaiadores… Considero muito importante (Cão sem Plumas na Noite de Abertura) para propor discussão de qual é a função da dança. Porque ele precisa, para ser um artista, saber sobre a cultura popular, sobre o mundo e não só sobre o mundo da dança – afirmou.
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