O bairro Rio Vermelho, ou São João do Rio Vermelho, como indicam as placas de ruas, fica no Leste da Ilha de SC. Numa distância de quase 30 quilômetros do Centro, o local ainda tem um jeitinho de comunidade rural, o que com o tempo, afirmam os moradores, tem mudado. O bairro está crescendo a olhos vistos, segundo a população. E o crescimento, alegam, está desorganizado e sem fiscalização. Essas e outras demandas foram discutidas na manhã de ontem, quando as equipes da Hora e do Jornal do Almoço estiveram na Associação de Moradores do Rio Vermelho, para mais uma edição do projeto Seu Bairro.

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Atualmente, contou o tesoureiro da Associação de Moradores e presidente do Conselho Local de Saúde, Luiz Carlos Kunst, o Centro de Saúde do bairro tem cadastro de atendimento de pelo menos 20 mil pessoas.

— Mas para a prefeitura, somos 13 mil no bairro. Este número dificulta a vinda de mais equipes de saúde, por exemplo, e outra série de demandas — explicou o tesoureiro.

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O saneamento básico também foi um dos grandes pedidos dos moradores. O vice-presidente da associação, João Paulo Ferreira, explicou que há muitas casas sem fossa e que jogam água suja diretamente do rio Capivaras.

— A água suja vai para o rio, que leva para a Lagoa da Conceição, e consequentemente para o mar. O saneamento no Rio Vermelho precisa ser bem pensado — avalia.

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Assim como em outros bairros que o projeto passou, como Carianos e Ratones, áreas de lazer para crianças e adolescentes também foram questionados. Hoje há uma academia ao ar livre ao lado da associação de moradores — sendo que a própria entidade realiza a manutenção. O desejo era um campo para esportes público e um parquinho para as crianças.

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A moradora Lisane Kunst também lembrou de ações de educação ambiental no bairro. Ela mostrou um descarte de entulhos e lixos num terreno público ao lado de escola e creche, na rua Luiz Duarte Soares. Daquela lixarada ela retirou material para fazer um canteiro na associação de moradores (que até usou uma privada como vaso de flores) e material para compostagem.

Ciclovia já!

Outra grande crítica foi falta de ciclovias ou ciclofaixas no bairro. O pedido, inclusive, é estampado em camisetas de artistas da Casa da Cultura do Rio Vermelho e no muro que fica ao lado da casinha e da associação de moradores.

— A Udesc realizou um estudo em 2011 que indica que o Rio Vermelho é um dos bairros com mais bicicletas na cidade. E não temos ciclovias, ou sequer acostamento nas duas ruas principais — observou o pintor e artista Angelo Silveira.

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Um grupo de artistas, como Angelo e o colega escultor Mauro Costa, com apoio da associação e comunidade, vai realizar no dia 16 de outubro, um domingo, o 2º Pedala Rio Vermelho. Um passeio ciclístico pela rodovia João Gualberto Soares para sensibilizar o poder público por ciclovias no bairro.

— Ano passado cerca de 350 pessoas participaram. Vamos ter toda uma ação, com feira de artesanato, palco para bandas. Queremos conscientizar as pessoas de que precisamos de mais segurança — complementou o tesoureiro da associação, Luís Kunst.