Um bairro atípico em Floripa, com uma carinha de interior. O Ratones lembra uma época boa: quando os vizinhos se cumprimentavam, participavam juntos de festas da comunidade, e tinham verdura fresca e sem agrotóxicos na mesa.

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Tudo isso foi possível presenciar em uma só manhã, quando as equipes da Hora e do Jornal do Almoço estiveram no bairro do Norte da Ilha para mais uma edição do projeto Seu Bairro. Foram várias histórias, muita conversa com rosca e café, e claro, sugestões de melhorias para discutirmos em futuras reportagens.

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A Associação de Moradores do Ratones organizou as barracas e junto das nossas equipes, estavam produtores de orgânicos da comunidade, produtores rurais, artesãos e rendeiras de bilro. Dona Hilda Homem, de 66 anos, por exemplo, faz rendas em Ratones desde os seis anos de idade. Ontem, junto de Nerivalda de Souza, 55, além do trabalho com as mãos, soltavam algumas cantigas de antigamente.

— Ratones era muito diferente. Era só sítio, café, e pés de laranja. Hoje não tem mais plantação de café. E poucas mulheres ainda fazem a renda, porque não valorizam o nosso trabalho — lamentou a rendeira.

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Uma das propostas da associação de moradores é resgatar justamente a atividade dessas artesãs.

— Não queremos deixar essa tradição morrer. Estamos em busca de parcerias com órgãos como o Sebrae, por exemplo, para vermos de que forma podemos exportar os produtos, e vender mais — explicou o presidente da associação, Flávio De Mori.

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Outra oportunidade criada para aumentar as vendas foi uma feira de artesanato e de produtos orgânicos, com apoio do Instituto de Geração de Oportunidades de Florianópolis (Igeof). Uma vez por mês, a feirinha é realizada no terreno da associação e tem atraído muita gente. A próxima edição será em 11 de setembro.

Os produtores de orgânicos também são destaque no bairro de característica rural. Este ano, 21 deles participaram de capacitação e ganharam certificados pelo Ministério de Educação e de Agricultora.

Escola, praça, segurança e fossão

Entre as demandas mais comentadas ontem estava a segurança. Pontos de tráfico de drogas têm preocupado os moradores, além de áreas de ocupação irregular. O bairro está implantando, com apoio da Polícia Militar, o projeto Vizinho Solidário, o que pode melhorar a sensação de segurança da comunidade.

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A associação ainda aguarda os próximos passos em relação ao fossão — uma unidade de estação de esgoto — que pode ser instalado no bairro. Eles são contra, pois há uma nascente próxima da estação.

— Estamos confiantes de que a obra seja 100% embargada pelos órgãos de meio ambiente — espera a vice-presidente da associação, Erica Xavier de Oliveira.

Os moradores também pedem mais uma escola para o bairro. Hoje só existe uma no Ratones, que não está mais dando conta. Uma área de lazer como praça e parquinho para as crianças também foram questionados.

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