Visitar a Armação do Pântano do Sul nesta quinta-feira foi como voltar um pouquinho ao passado. Dona Izolina de Oliveira, de 92 anos – uma das moradoras mais antigas da região – contou inúmeras histórias deste bairro tão querido dos manezinhos. Lembrou da captura das baleias, da chegada da energia elétrica e da água tratada.

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(Foto: Caroline Stinghen / Agencia RBS)

— Antigamente só tinha chácara por aqui. Tinha umas dez casinhas, umas mais afastadas que as outras. A gente tinha lavoura, muita galinha, tirava leite de vaca. Agora o bairro parece uma cidade — resumiu a simpática senhorinha, que além de tudo é uma das rendeiras mais conhecidas da localidade.

Dona Izolina, junto da também rendeira Flor Maria de Souza Pires, 66, participaram da segunda edição do projeto Seu Bairro, uma parceria do Jornal do Almoço com a Hora de Santa Catarina. A ideia é ir passar parte de um dia no bairro, conhecendo e conversando com os moradores. A chuva deu uma intimidada, mas mesmo assim, inúmeras demandas foram repassadas às equipes, que contaram com o apoio de local do Ponto de Cultura Baleeira e do coordenador Chico Ramos. Dona Izolina e dona Flor, por exemplo, que não trocam a Armação por nada, nos contaram um pouco sobre a cultura e tradição das rendas.

(Foto: Caroline Stinghen / Agencia RBS)

Ciclovia e saneamento

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Ao dar uma percorrida pelo bairro, foi possível encontrar muito lixo nas ruas. O caminhão passa, segundo os moradores, nas segundas, quartas e sextas-feiras. Outro pedido foi por ciclovias na região. Além de mais atenção com a rede elétrica, como lembrou Maria Bernardes, 63, de um restaurante do bairro. O número de moradores do bairro está aumentando, mas a rede elétrica não tem acompanhado, observou a moradora.

A principal reivindicação, no entanto, foi o saneamento básico. Há moradores que jogam o esgoto diretamente no rio Sangradouro, que leva a poluição para a praia do Matadeiro, por exemplo.

— Além de que tem muito lixo sendo jogado no rio. Vi muito plástico boiando. Vale a conscientização dos moradores — alertou a oceanógrafa Andreoara Schmidt, 35.

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Três pontos essenciais

A médica Helen Zatti, 44, faz parte do conselho comunitário e salientou três importantes aspectos: melhoria da rótula de acesso ao bairro, devido ao grande risco de acidentes envolvendo pedestres, ciclistas e motoristas, com instalação de novas calçadas; mais discussão sobre o meio ambiente e preservação, para evitar que esgoto continue indo direto para os rios, especialmente os rios Sangradouro e Quincas; e construção de uma área de lazer para crianças no terreno criado com o aterro para o novo calçadão na beira-mar.

A partir das sugestões, ao longo deste mês, a equipe da Hora vai destrinchar algumas reportagens sobre o bairro. Não perca.