Alexandre Correia da Silveira faz parte de uma amarga estatística. Em 2013 o Seguro DPVAT pagou no país 444,2 mil indenizações por invalidez permanente por conta de acidentes de trânsito.

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A maior parte paga a homens (76%) e motoristas (60%). Do total de indenizados (independente do sexo, contando motoristas, pedestres e passageiros) 25,4% sofreram amputações de uma ou das duas pernas. Se fez parte de uma estatística que cresceu 26% entre 2012 e 2013, Alexandre entrou em outros números bem mais restritos – e positivos.

Estar com a prótese e andando em menos de um ano após a amputação é para poucos. Na faixa de idade de Alexandre, pelo tipo de amputação e ainda com o agravante da perna mantida ter ficado muito fragilizada, a expectativa era de que ele voltasse a caminhar só no ano que vem, explica Agenor Teixeira de Souza Junior, proprietário do Centro de Excelência em Reabilitação.

A fisioterapia com cuidado especial no fortalecimento muscular foi importante. Fundamental foi a força de vontade, que vem sendo remédio essencial desde o dia do acidente, quando Alexandre ficou acordado nas seis horas em ficou preso às ferragens.

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_ Querer voltar a caminhar é 50% ou até mais do tratamento. A maioria das pessoas que chega à clínica com amputação tem vergonha, baixa autoestima. Mas depois, tendo contato com quem se recuperou, elas veem que poderão ter uma vida 99% normal e a visão sobre a prótese muda completamente – explica Junior.

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Apesar das campanhas, o número de pessoas com sequelas por conta de acidente cresce a cada dia, acredita Maria Helena Mabba, presidente da Associação Blumenauense de Deficientes Físicos (Abludef). Dos 1,8 mil associados à entidade, cerca de 60% têm alguma deficiência consequência de acidentes de trânsito. Além de amputações, são comuns vítimas de acidente de trânsito ficarem paraplégicos ou tetraplégicos. Há até casos de cegueira.

– Todo mundo tem que ser responsável para que se tenha paz no trânsito. Do pedestre ao motorista. Depois de um acidente grave como esse (de Alexandre), pode levar muito tempo para a pessoa retomar a vida. Outros nem retomam, entram em depressão – conta Maria Helena.

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