Wilson comunicou pelo Twitter no dia 14 de novembro que o Figueirense não tinha interesse em continuar com ele no clube. Na sequência ele escreveu duas frases e agradeceu o apoio da torcida, porém Wilson se calou depois. Preferiu não conversar com a imprensa e marcou uma entrevista coletiva para esta terça-feira, no Hotel Majestic. Nela,junto a Fernandes, o goleiro explicou que queria continuar no clube e que tinha contrato até 2014.
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Sua saída foi um desejo do clube. Wilson demonstrou estar chateado com a situação e com a maneira que foi tratado. Uma das principais reclamações do jogador foi que no seu primeiro ano irregular na posição de goleiro o clube se desfez dele, esquecendo os bons anos defendendo a camisa do Figueirense e os números que ele teve pelo Furacão.
Confira os principais trechos da entrevista coletiva
Você queria continuar no Figueirense?
Wilson – Não gostaria de estar aqui nessa entrevista. A gente sabe que as pessoas vão, os ciclos que se acabam. No meu entender eu ainda podia ajudar o Figueirense, um clube que todos sabem o carinho que passei a ter, mas nem tudo sai do jeito que a gente espera. Quero agradecer a todos e quem acompanhou de perto a nossa dedicação. A todos os profissionais do clube, é uma cidade maravilhosa que me recebeu muito bem. Fico feliz por ter o reconhecimento de todos, não só da torcida do Figueirense, mas de outras também. As pessoas começaram a ligar depois que eu recebi a notícia. Recebi ligações de pessoas que eu nem imaginava, elogiando o nosso trabalho e caráter, que é o que a gente leva para a nossa vida.
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Você está muito emocionado com esse momento?
Wilson – Com certeza a emoção que a gente demonstra é o carinho que a gente tem pelo clube e o carinho que a gente recebeu da torcida. A gente foi pego de surpresa. Eu ainda tinha mais dois anos de contrato, mas infelizmente não foi decidido pela minha permanência. Fiquei chateado e tenho consciência que esse meu ano foi irregular, assim como toda a equipe. Fiquei chateado por tanto tempo sendo regular e no primeiro ano irregular passei a não servir mais para o clube. A gente abriu mão de muita coisa como propostas de outros clubes, pelo carinho que a gente tem pelo clube. Os ciclos terminam, o meu termina dessa maneira, mas é vida que segue e quem sabe eu não volte para o clube para me despedir de uma maneira melhor.
Você acha que o apoio que os jogadores deram para o Chico Lins, pedindo para ele não ser demitido, foi crucial para essa decisão de dispensar você e o Fernandes?
Wilson – Primeiro nós realmente tivemos uma conversa com o Lodetti quando soubemos do afastamento do Chico, porque era o cara que a gente confiava e era o cara que a gente procurava para conversar. Nós nunca pedimos o afastamento do Teixeira, pedimos para o Chico ficar. Eu acho que é um dos motivos que levou tudo isso a acontecer. Tem muitas coisas que a gente cobrava e incomodava as pessoas. A gente teve um ano muito difícil e desde o ano passado com problemas de pagamento, o 13º salário para receber. E estava sempre procurando chegar no Marcos Teixeira, e teve momentos que eu fui direto no Wilfredo, e sei que isso incomodou muito o Marcos. Principalmente, porque ele (Wilfredo) chegava e falava que estava tudo certo e em dia, só que não estava. Ele me disse que passaram para ele que estava tudo certo. Falei para ele tomar cuidado, porque ele perdia a credibilidade no grupo e se passava por mentiroso. Esses motivos desgastaram e chegaram ao ponto de a gente sair do clube.
E com esses problemas de pagamentos atrasados, você acha que isso pode atrapalhar o planejamento do próximo ano?
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Wilson – Da situação financeira para a montagem do time ano que vem não sei como vai ficar. A gente vê o presidente falando que vai montar um time de Séria A. A situação é complicada, estamos com problemas desde o ano passado, fomos receber o 13º salário só em julho e a preocupação é grande. Não é por despeito e rancor que estou falando. A gente gosta do clube e quer ver o bem dele. O Figueirense sempre teve a fama de bom pagador, e desde o ano passado ainda não recebemos algumas premiações. Tem gente que está colocando o time na justiça, e os processos judiciais estão crescendo. Esse ano não sei se estão fazendo de propósito para tentar um acordo no final do ano. E guardando o dinheiro para o próximo ano. Eu tenho quatro meses de imagem para receber e o último mês de carteira não recebi. Eu esperava nessa minha saída, já que decidiram, que fossem mais profissionais e que o Wilfredo me chamasse para conversar. Eu não queria sair do clube tendo que entrar com uma ação contra o clube que eu gosto. Espero que seja acertado da melhor maneira. Não só comigo, mas com todos que o clube deve.
Como o grupo recebeu o Loco Abreu com uma grande festa, e você que tem essa história toda dentro do clube saindo sem uma partida de despedida?
Wilson – Primeiro o Loco Abreu é um cara sensacional, de grande caráter e muito bom de trabalhar. Infelizmente não deu certo para ele, não só para ele mas para todos nós. Naquele momento, pelos problemas financeiros e cheguei a conversar com o Lodetti que preocupava o alto salário que ele iria receber.
Qual será o seu futuro?
Wilson – Ainda não tenho nada definido. A gente recebe ligações e sondagens, mas a principio não tenho nada definido e estou conversando com o Eduardo (Uram, empresário do goleiro) para acertar meu futuro.
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Chegou alguma oferta de Criciúma ou Avaí?
Wilson – Para mim não chegou nada desses clubes, não tenho pressa ainda. Se não arrumar nada eu me apresento lá na Ressacada e continuo trabalhando (risos).
Qual foi o maior problema no clube neste ano?
Wilson – O maior problema foi o Lodetti acreditar muito nas pessoas. Era bom aquilo para o clube, mas acho que ele acreditou muito e não acompanhou as coisas de perto e, quando ele foi ver o que estava acontecendo, foi quando começou a briga dentro do clube. Teve um momento e eu cheguei para o Marcos Teixeira, e ele perguntou qual era o problema do time e o que eu achava que tinha que melhorar. E eu disse que a briga deles era a minha principal preocupação. Um certo momento o pessoal da Alliance se afastaram e ficamos muito preocupados e o Lodetti se aproximou mais da gente e o Chico Lins com problemas de saúde. Ele ia direto da seção de quimioterapia para o treino.