No Hotel Majestic, na Beira-Mar Norte, dois ídolos da torcida do Figueirense se reuniram para explicar suas saídas do clube. Fernandes e Wilson foram comunicados logo após o rebaixamento do time que não faziam parte do projeto de 2013. A notícia pegou muito torcedores de surpresa e deixou os dois atletas magoados, chateados com a forma que foram tratados.
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A coletiva durou 1h37min, e várias foram as vezes que os dois manifestaram a vontade de continuar no clube e ajudar o Figueirense a voltar para elite do futebol brasileiro. Tanto Fernandes quanto Wilson falaram dos problemas da temporada e como a briga política entre o atual presidente, Wilfredo Brillinger, e o ex-presidente Nestor Lodetti atrapalhou o andamento do time.
– O maior problema foi o (Nestor) Lodetti acreditar muito nas pessoas. Era bom aquilo para o clube, mas acho que ele acreditou muito e não acompanhou as coisas de perto e, quando ele foi ver o que estava acontecendo, foi quando começou a briga dentro do clube – disse Wilson.
Wilson foi o capitão do time durante a maior parte da temporada e foi responsável pelo contato direto com o então diretor de Futebol, Marcos Moura Teixeira. Em uma conversa com o cartola ele explicou que o grupo estava preocupado com a situação política do time e que isso poderia prejudicar o rendimento.
– Um certo momento o pessoal da Alliance se afastou e ficamos muito preocupados. O Lodetti se aproximou mais da gente e o Chico Lins, com problemas de saúde, ia direto de seção de quimioterapia para os treinos. E tem pessoas que não assumem seus erros. Foi um problema muito grande, claro que nós jogadores temos a nossa parcela de culpa, mas isso influenciou – completou o goleiro.
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Já o eterno ídolo da torcida, Fernandes, deixou claro que seu desejo era de continuar jogando no clube e que em nenhum momento foi oferecido para ele um contrato de risco ou de produtividade, como em 2009. Segundo o meia-armador lhe foi oferecido um contrato de assistente técnico, mas Fernandes queria continuar jogando.
O futuro de Fernandes será na equipe do Red Bull, no interior de São Paulo. Na manhã desta terça-feira ele assinou o pré-contrato com o gerente de Futebol Carlos Arini. O contrato será de cinco meses e Fernandes vai trabalhar com Hemerson Maria, ex-técnico do Avaí.
– Ele (Arini) me explicou o projeto do Red Bull, que tem apoiado vários esportes. E vai disputar a Série A2 e o projeto inicial. E eles querem lutar para subir. Gostei muito, e no projeto existe o Hemerson Maria, que gosto e conheço. As pessoas estão me valorizando e querem que eu jogue. O Carlito (Arini) me falou: “Eu quero você dentro de campo”. Isso me deixou muito feliz – explicou Fernandes.
Salários atrasados
Pela primeira vez um atleta do Figueirense falou abertamente sobre a situação financeira do clube. Fernandes e Wilson explicaram que o direito de imagem dos atletas está atrasado há três meses. Os dois veem com dificuldade os acertos das rescisões dos atletas que foram dispensados.
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– Eu durante seis anos de clube realmente não tinha passado por uma situação dessas. O máximo que aconteceu na época do Paulo Prisco era dar uma parcelada no valor do 13º salário, mas era tudo pago como o combinado – disse Wilson.