Um dia após demitir Caio Júnior, a direção do Criciúma apresentou Wagner Lopes, 45 anos, como novo técnico do Criciúma para o Campeonato Brasileiro da Série B. Com passagem pelo futebol japonês, Wagner treinou o Botafogo de Ribeirão Preto (SP) durante o Paulistão e foi campeão da Copa do Brasil em 2005 como auxiliar técnico de Vagner Mancini, no Paulista, de Jundiaí (SP).

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Além de Wagner Lopes, a nova comissão técnica terá o preparador físico Benê Lima, o auxiliar técnico Sandro Rosa e o analista de desempenho Rafael Cota. Na entrevista coletiva de apresentação realizada na tarde de quarta-feira (30), o técnico admitiu ser um “desconhecido”, mas se revelou um profissional estudioso e adepto da meritocracia e da tecnologia como armas para cobrar resultados e corrigir eventuais erros cometidos pelos jogadores em treinos e jogos.

Apresentação

É uma honra fazer parte da história do Criciúma. Considero essa uma grande oportunidade, um divisor de águam, a primeira oportunidade em um clube de Série A. Me considero um estudioso, tenho muita coisa para aprender, mas já tenho 30 anos de futebol. Minha formação como atleta, do infantil ao profissional, foi no São Paulo, na época do Menudos do Morumbi (Silas, Muller, Sidnei). Fui campeão brasileiro em 86, paulista me 86 e 87 como atleta. Depois fui ganhar a vida no Japão, fiquei lá por 17 temporadas, e tenho recorde de maior goleador da história dos 98 anos do futebol de japonês. Me sinto uma peça importante dessa engrenagem, mas a máquina toda tem que funcionar.

Comportamento

Eu procuro no dia a dia liderar com meus exemplos. Vocês não vão me ver xingando um atleta, faltando com respeito com a imprensa e nem com ninguém. No dia a dia você orienta, posiciona, cobra. É claro que não fico parado na área técnica. Eu interajo, cobro, grito, quando eu vejo a necessidade de lembrar o atleta o que foi treinador. Eu procuro trabalhar com a meritocracia. Nós vamos jogar conforme o que foi treinado. Vocês não vao ver um cara parado quietinho.

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O acerto

Ontem (terça-feira, 29), às 17h30min, o Claudio (Gomes) me ligou, fiquei muito feliz com a oferta, é uma oportunidade valiosíssima, a vontade de trabalhar é muito grande, sei da história de todos os grandes treinadores que passaram aqui e, com certeza, minha fome de trabalho é do mesmo tamanho da grandeza desses treinadores que passaram por aqui. Sei que é um momento difícil, conturbado, mas é nessa hora que a gente vê quem gosta do clube.

Tecnologia

O clube já tem essa cultura, trabalha com GPS e frequencímetro. Uma das práticas é a filmagem do treinamento. Estudei muito quando jogava e muitas vezes o treinador dizia para mim que o meu pé de apoio estava errado, a biomecânica do chute estava errado. E eu falava palavrões internamente. Então para evitar esse tipo de confusão, eu filmo quando o atleta está chutando errado e chutando certo. Contra imagens não tem argumentos, então você convence o jogador que está dando a orientação correta através de imagens, de scouts. Você credencia ele a acreditar mais rapidamente aquilo que você está dizendo. É muito número, muito detalhe, mas passo só o que precisamos, porque muita informação em excesso não dá certo.

Desconhecido

Sou desconhecido. Eu venho com a motivação triplicada por esse motivo (o clube ser um formador de treinadores vitoriosos). Não é só pelo fato de estar Série A, e de ter a estrutura, a camisa e a torcida que tem, mas a gente sonha e é preciso trabalhar, deixar um legado e uma imagem positiva de trabalhador, disciplinador e, principalmente, títulos. você precisa deixar uma foto de cinco metros quadrados na sala do presidente, do contrário você não é lembrado. Sozinho não vou conquistar nada, preciso de apoio de todo mundo. Vai ter muito trabalho, muita briga interna, mas eu digo sempre, é preciso trazer soluções, porque problema a gente sabe que tem.

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Próximas rodadas

Todos os jogos temos que encarar como final de Copa do Mundo. Eu acredito muito no pensamento positivo e trabalhar a confiança do jogador é fundamental . Eu preciso acreditar na vitória. Se eu não acreditar, não consigo passar isso para os meus jogadores. O próximo jogo já e um clássico, um jogo dificílimo, a gente respeita isso e a melhor maneira de respeitar é fazer de tudo para vencer. Nós vamos fazer o nosso melhor para conquistar os três pontos, nossa torcida espera isso e todos queremos vencer.

Reforços

Eu vejo algumas necessidades, mas não vou externar por respeito aos profissionais que ocupam as posições. Não sou o tipo de treinador que chega e diz “é difícil com esses jogadores”. Vou fazer o melhor com os atletas que a diretoria me disponibilizar. Minha preferência é por caras que deem resultados.