Depois de lamentar sua saída através de uma nota oficial no seu site pessoal, um dia após sua demissão o técnico Caio Júnior fez duras críticas a administração do futebol do Criciúma. Por telefone, o treinador participou do programa Arena SporTV ancorado por Alexandre Oliveira, e considerou sua demissão “incoerente” e “incompreensível”, pois havia sido contratado para montar a equipe para o Brasileiro da Série A.

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– Infelizmente pesaram os dois resultados (duas derrotas nas duas primeiras rodadas da Série A). Totalmente incoerente e incompreensível porque fui contratado para montar uma equipe para o Brasileiro – explicou.

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O treinador elogiou a torcida “espetacular” do Criciúma, a estrutura do clube, mas criticou a postura do departamento de futebol.

– No futebol não consegue ter uma linha. Eu sou o sexto treinador em pouco mais de um ano. Quando cheguei aqui perguntei quantos jogadores haviam da temporada passada e me disseram que eram apenas dois. Tem que ter sequência. Eu me propus a fazer isso para o clube, coloquei meu node a favor do clube e me colocaram numa situação que a gente lamenta. Mas é vida que segue e vou torcer para que o torcedor do Criciúma tenha uma clube, no futebol, mais organizado – afirmou.

O técnico também falou sobre a justificativa usada pela direção para sua demissão e reclamou não ter conseguido contar com alguns jogadores indicados, com exceção do atacante Cristiano, goleador do Campeonato Paranaense, que ainda não começou uma partida como titular.

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– Foi colocado para mim de uma forma bem suscinta, bem curta, que futebol é feito de resultados e os resultados não apareceram. Eu assumi no quadrangular final do Catarinense e não chegamos na final. Mas havia uma proposta de fazer uma reformulação, uma avaliação da equipe. Fiz isso, saíram jogadores, contratamos dentro do possível, não vieram alguns dos jogadores que eu gostaria, os atacante não chegaram, apenas o Cristiano, goleador do Paranense que nem começou uma partida como titular, e também veio a Copa do Brasil e, nessa fase de montagem de equipe, eu paguei o preço – desabafou.

Apesar da demissão e dos resultados negativos neste início do Brasileiro, Caio Júnior entende que o grupo de jogadores do Criciúma está no “caminho certo”, mas salientou que é preciso ter o respaldo da direção, o que ele não teve.

– O mais importante em momento de crise é contorná-la e seguir o trabalho, desde que você acredite no trabalho. Temos profissionais como Anderson Barros, Ocimar Bolicenho, o (Felipe) Ximenes, o Rodrigo Caetano, são os que eu me lembro agora, de alto nível, que senta para conversar e se discute o futebol. Infelizmente, no Criciúma, quem dirige o futebol não é uma pessoa do futebol. Então não dá para conversar sobre futebol – disparou Caio Júnior.

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O técnico ainda se queixou da forma como são feitas as análises do trabalho e citou o exemplo da Chapecoense, que neste ano também figura na primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

– Não é fácil, não pode planejar. Nossa análise e avaliação é sempre do último jogo. E se ganhar, o que vale é o próximo jogo. O técnico está sempre na berlinda, sempre tendo que provar a cada jogo. Analisa-se pouco o trabalho, isso está se perdendo. É aí que tem que ter pessoas do ramo para analisar o que está sendo feito. Cito o exemplo da Chapecoense, que não se classificou para a final do Estadual, mas está na Série A e seguindo uma linha do treinador (Gilmar dal Pozzo). Tem que ter convicção no trabalho – completou.