Onze vencedores do Prêmio Nobel da Paz manifestaram apoio aos 30 tripulantes do navio Artic Sunrise detidos na Rússia. Através de uma carta destinada ao presidente Vladimir Putin, eles pedem bom senso no julgamento dos ativistas.

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“Faça tudo que puder para garantir que as acusações exageradas sejam retiradas e que qualquer denúncia feita esteja de acordo com as leis russas e internacionais”, diz um trecho do texto.

Divulgada nesta madrugada no site do Greenpeace, a carta ainda descreve o Ártico como um “tesouro precioso da humanidade” e revela a preocupação dos premiados com a exploração de petróleo na região e possíveis mudanças climáticas em decorrência dos atos.

Veja um trecho do texto:

“A perfuração do Ártico para exploração do petróleo é perigosa. Um derramamento de óleo embaixo da camada congelada de água teria um impacto catastrófico sobre uma das paisagens mais puras, originais e bonitas da Terra. O impacto sobre as comunidades, e sobre espécies de animais já ameaçadas, que vivem no Ártico seria devastador e duradouro. Os riscos de um acidente dessa natureza estão sempre presentes e a postura da indústria do petróleo permanece totalmente inadequada. A exploração também pode contribuir para uma mudança no clima. As alterações no Ártico e em outros países ameaçam a todos nós, mas são os cidadãos mais vulneráveis que estão pagando o preço da falta de ação dos países desenvolvidos”.

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O texto foi assinado pelos seguintes laureados:

Desmond Tutu, bispo sul-africano, que recebeu o prêmio em 1984

Betty Williams, ativista da paz irlandesa, contemplada com o Nobel em 1976

Oscar Arias Sanchez, ex- presidente da Costa Rica, vencedor em 1987

Jody Williams, ativista da paz norte-americana, premiada em 1997

Leymah Gbowee, ativista da paz da Libéria, laureada em 2011

Tawakkol Karman, ativista da paz iemenita, também vencedora em 2011

Rigoberta Menchú Tum, que participou de reformas sociais na Guatemala, agraciada em 1992

Mairead Corrigan, pacifista da Irlanda, vencedora em 1976

Shirin Ebadi, juíza iraniana, premiada em 2003

José Ramos-Horta, ex- presidente do Timor Leste, ganhou o Nobel em 1996

Adolpho Pérez Esquivel, ativista dos direitos humanos da Argentina, laureado em 1980

O grupo foi preso no dia 18 de setembro enquanto participava de um protesto do Greenpeace contra uma plataforma da Gazprom, no Ártico. Dentre os detidos, está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel. No dia 2 de outubro, eles foram indiciados por pirataria em grupo organizado, crime que pode levar a uma pena de até 15 anos de prisão.