Repolho, Não Contém Glúten e Os Beterrables poderiam ser itens do rótulo de algum alimento saudável, mas são apenas alguns dos nomes curiosos de bandas de Santa Catarina. A criatividade não é restrita a referências de comida. Fevereiro da Silva, Esporão de Bagre, Andrey e A Baba do Dragão de Komodo (esse é ótimo, mas a banda mudou o nome para o simples Babba) são outros exemplos da fértil imaginação dos músicos catarinenses.

Continua depois da publicidade

Uma breve história do rock catarinense

Conheça iniciativas em prol da profissionalização de bandas e de espaços para rock made in SC

Neste Dia Mundial do Rock, fomos atrás de algumas bandas para descobrir a história por trás dos nomes curiosos. Confira:

Continua depois da publicidade

Farra do Bowie

Florianópolis

Rafael “Rassa” Alves, baixista, foi quem pensou no nome. A ideia era fazer de cada show uma festa inspirada no ídolo dos integrantes David Bowie, além de incorporar à farra o estilo proto-glam, que inclui também Iggy Pop, The Stooges e New York Dolls, por exemplo. Há também a relação com a cultura local, transformando a farra do boi em algo positivo, cósmico, místico e “do bem”.

Dia Mundial do Rock: veja os eventos que celebram o estilo musical em Santa Catarina

10 rocks catarinenses para quem curte hard e heavy metal, por Ben Ami Scopinho

Skrotes, não Strokes
Skrotes, não Strokes (Foto: rodolfo almeida / Divulgação)

Skrotes

Florianópolis

O nome foi inventado por Robson Rebello, dono do Taliesyn, bar de Florianópolis. Ainda sem nome oficial, os músicos tocavam lá e faziam improvisações. Um dia, eles chegaram no bar e viram uma placa anunciado “Os The Skrotes“.

— Ele inventou o nome e botou na placa. Acabou ficando por preguiça da galera, e constrangimento de ficar inventando nome. A gente só teve a decência de tirar “Os The” diz o baixista Chico Abreu.

Continua depois da publicidade

10 exemplares do rock catarinense para refletir, por Emerson Gasperin

Clube dos Corações Partidos

Blumenau

Ao contrário do que muitos pensam, o nome não tem a ver com aquele filme lançado nos anos 2000, e sim do fato de as músicas do Clube serem bem no estilo dor de cotovelo – o primeiro álbum, por exemplo, chama-se Manual Prático do Esquecimento. A banda começou a fazer canções sobre o assunto com um tanto de humor, e o nome surgiu disso.

— Quem escuta a nossa música faz parte desse Clube, quem nunca teve um coração ferido e partido por alguém nessa vida? — diz o guitarrista Marco Rovela.

(Foto: Cena Livre / Divulgação)

Apicultores Clandestinos

Rio do Sul

A banda não revela a ideia por trás do nome por um simples motivo: jamais aparece em público sem a roupa de apicultor e brinca que os integrantes são mesmo apicultores clandestinos e sem licença para a atividade.— Clandestino não pode mostrar a identidade — defende o guitarrista e vocalista Apicultor Maclane (isso é um apelido, é claro).

Continua depois da publicidade

O símbolo da banda Repolho é um brasão com a imagem de um colono e duas enxadas
O símbolo da banda Repolho é um brasão com a imagem de um colono e duas enxadas (Foto: Sirliane Freitas / Divulgação)

Repolho

Chapecó

A banda Repolho foi criada de maneira oficial em março de 1991, mas em 1989 os irmãos Roberto e Demétrio Panarotto lançaram a musica Chapecó, um rap gravado em casa, em uma rádio local.

— Quando chegamos na rádio precisava anunciar o nome de alguma banda. Na época tinha um banda que se chamava A Face e que todo mundo chamava de alface. Quando fomos anunciar, foi espontâneo: essa música de Chapecó é da banda Repolho, não confundam com a outra — explica Roberto.

Continua depois da publicidade

Dois anos depois, quando a banda foi oficialmente fundada, os irmãos chegaram a pensar em outros nomes como Fungo de salame, Polenta Brustolada e Fanta Uva Quente, mas como já tinham lançado a banda como Repolho na rádio, assim ficou.