Há exatos 31 anos, no dia 13 de julho de 1985, acontecia o festival Live Aid, evento idealizado pelo rockstar irlandês e ativista político Bob Geldof que pretendia colocar fim à fome na Etiópia. O concerto ocorreu simultaneamente na Inglaterra e nos Estados Unidos e foi transmitido para mais de 100 países, com audiência estimada em 1,5 bilhão de espectadores. Desde então, a data foi escolhida para comemorar o Dia Mundial do Rock. Quer dizer…
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Diz a lenda que esse dia só é comemorado no Brasil. Depois de participar do Live Aid, o músico Phil Collins teria sugerido que 13/07 fosse definido como o Dia Mundial do Rock, mas ninguém deu muita bola, exceto duas rádios paulistanas que começaram a mencionar a data em sua programação. Pegou.
Santa Catarina pode não ter grupos com projeção nacional, mas a paixão pelo estilo musical faz com que os músicos catarinenses encarem adversidades para seguir fazendo rock, seja como hobby ou como profissão. Uma das maiores queixas é a falta de locais para tocar e de público que valorize música feita aqui – basta dar uma olhada em outdoors e cartazes espalhados por qualquer cidade para ver muitos covers e tributos e quase nada de shows autorais de grupos catarinenses do estilo.
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— A gente conseguia se sobressair com música própria até 2011. Depois, teve uma invasão de tributos e ficou difícil se manter. Acho que o principal hoje é você conseguir que as pessoas escutem sua música. É muita informação, não tem mais esse negócio de ouvir um disco inteiro — desabafa Elias Scopel Liebl, guitarrista da Sabre, banda de Videira com 12 anos de estrada.
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A saída é se ajudar e apostar na coletividade. Guilherme Biz, guitarrista da Antichrist Hooligans, de Florianópolis, criou o próprio selo para lançar bandas locais.
— O principal desafio para as bandas é se manter tocando, porque não há espaço, principalmente, para grupos de metal autoral. Despertou-me a necessidade de ajudar. É legal ver o que os outros estão tocando — diz o músico.
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Para Geraldo Borges, baixista da Blame, de Florianópolis, e um dos idealizadores do coletivo e produtora O Clube, a música catarinense independente precisa de duas coisas: canais de distribuição e melhora na mão de obra. O Clube vem promovendo encontros mensais com músicos convidados e profissionais do mercado para que as bandas locais possam aprofundar a questão mercadológica.
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— O cenário independente no Brasil e em SC nunca esteve tão bom. Agora é só encaixar as peças. Os músicos têm que ter mais noção não só do produto mas de tudo que envolve, como distribuição e turnê, para que não aconteça de as bandas acabarem, como vem acontecendo aqui. Eu não vou descansar enquanto não tiver um show lotado só de bandas catarinenses, e todo mundo cantando junto — diz Geraldo.

Uma iniciativa similar está ocorrendo em Lages, promovida pela Fundação Cultural do Município e encabeçada pelo coordenador de música Eduardo “Xuxu” Vicari. O Palco Aberto Marajoara ocorre desde maio e, a cada edição, quatro bandas participam de encontros e organizam e produzem o próprio show. Lá, elas aprendem mais sobre divulgação artística, utilização de redes sociais, desenvolvimento de carreira, mercado independente de música, processo de gravação e organização de eventos.
Xuxu é um dos sócios da Célula Cultural, espaço cultural de Florianópolis, que também tem sua incubadora e capacita bandas em seus primeiros passos. O projeto nasceu em 2015 em caráter experimental e em 2016 foi contemplado pelo edital da Funarte. O objetivo é dar apoio para que artistas em estágio inicial desenvolvam a música sob aspectos artísticos e de gestão.
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