O delegado Laurito Akira Sato já está em Joinville para assumir o novo desafio de comandar a Delegacia Regional Norte. Ele vem para substituir o delegado Dirceu Silveira Júnior, que esteve por nove anos à frente do cargo. A troca de comando foi anunciada pela Secretaria de Segurança Pública nesta segunda-feira, após as inúmeras cobranças e demandas da área de segurança deslancharem com a série de sete assassinatos em menos de quatro horas na madrugada do dia 6 de dezembro.

Continua depois da publicidade

Troca de comando não é solução, dizem entidades

“Em segurança pública não se pode ter paliativos”, diz Dirceu Silveira

Akira iniciou a carreira na Polícia Civil de São Paulo em 1999 como investigador de polícia. Em 2006, começou as atividades em Joinville como delegado, onde passou por várias frentes de trabalho ao longo de cinco anos. Na sequência, integrou a Força Nacional, onde atuou por um ano e meio como responsável por operações e participou de projetos de segurança de grande porte, como a Copa do Mundo. O último trabalho foi à frente da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), na Capital.

Continua depois da publicidade

O novo delegado regional promete centralizar esforços na investigação com o objetivo de diminuir os índices de criminalidade. Ele passou a tarde desta terça-feira reunido com os policiais da Divisão de Investigação Criminal (DIC) e policiais do plantão da Central de Polícia. Akira também pretende se reunir com os delegados que atuam nas delegacias dos bairros e nas cidades da região Norte para entender quais são as demandas de cada uma.

Confira a entrevista com o delegado Laurito Akira Sato:

A Notícia – O senhor já foi nomeado e está em Joinville tomando conhecimento da regional. Quais os primeiros passos na função?

Laurito Akira Sato – A gente vem aqui, na verdade, não para fazer uma substituição, mas para somar esforços e tentar trazer mais resultados do que já vem tendo. Hoje (terça-feira), tivemos prisões referentes a esses homicídios, ontem (segunda-feira) outra prisão e assim estão prosseguindo os trabalhos. Todos os trabalhos estão em andamento, sendo investigados. A finalidade é priorizar e continuar com essa produção.

Continua depois da publicidade

A Notícia – Como o senhor enxerga este novo desafio? É maior do que a Deic?

Akira – Trabalhei por cinco anos na cidade de Joinville. Minha carreira iniciou aqui com o próprio doutor Dirceu como regional, foi a pessoa que norteou a minha carreira. Agora, assumo nessa posição aqui como regional. Os resultados estão vindo, estão aparecendo e a finalidade é buscar essa sensação de segurança permanente. Aqui é um outro contexto, tem a questão administrativa, outro viés de investigação por meio da DIC (Divisão de Investigação Criminal) e temos delegacias de comarca. É uma realidade totalmente diferente da Deic, que é puramente operacional no combate ao crime organizado. Mas, hoje, a prioridade é a investigação, então vamos buscar o combate e a repressão para diminuir a impunidade e baixar esses índices.

A Notícia – As maiores cobranças da Polícia Civil na região de Joinville são a falta de efetivo e estrutura. É possível melhorar essa situação no ano que vem?

Akira – Sobre o efetivo, nós temos um cronograma de nomeações a partir de março. Neste contexto, vamos aguardar, mas claro que vamos tentar fazer uma reengenharia de aproveitamento dos policiais visando à parte de investigação. Não só pela (atuação na) Força Nacional, mas pelas forças-tarefa das quais participei (é possível) trazer um pouco de experiência. Acredito que vamos conseguir implementar uma rotina diferenciada e somar esforços para atingir o resultado o mais rápido possível.

Continua depois da publicidade

A Notícia – Como está o processo de convocação dos aposentados para atuarem na área administrativa e liberarem investigadores?

Akira – Já foi aberto edital para que os interessados possam se inscrever. Com certeza, eles vão atuar em áreas administrativas para que a gente consiga gerir aquelas pessoas que estão no processo ativo da função policial e trazê-las para a investigação. Estou chegando nesse quadro novo, vou fazer análise estatística das produções e vamos ver qual é a proposta. Se, de repente, conseguirmos melhorar as produções das delegacias, é possível que não haja necessidade dessa reengenharia imediata. É uma questão de análise dos dados estatísticos.