As eleições municipais são sempre um grande teste para as alianças de nível estadual. Foi em 2004, por exemplo, que naufragou qualquer possibilidade de que o PMDB do então governador Luiz Henrique da Silveira consolidasse uma parceria com o PT, aliado arredio daquele início de administração.
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Reportagem especial: O cenário pré-eleitoral em sete polos regionais de SC
Nas cidades em que houve composição, como Itajaí, faltou sucesso. Onde se enfrentaram, como Joinville e Criciúma, sobraram mágoas. Dessa forma, o caminho ficou livre para construção da tríplice aliança (PMDB-PFL-PSDB) que deu a reeleição a Luiz Henrique em 2006 e o primeiro mandato de Raimundo Colombo em 2010.
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A construção das alianças para as eleições municipais deste ano nas principais cidades do Estado desenha claramente a situação difícil que passa o núcleo dessa coalizão que governa Santa Catarina desde então. O PSD dos herdeiros do pefelismo e o PMDB dos órfãos de LHS não deve compor nas cidades que representam os sete principais polos regionais do Estado – Joinville, Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Chapecó, Itajaí e Lages.
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As fissuras nessa composição existem desde sua gênese, mas nunca chegaram ao ponto atual. Bom lembrar que há quatro anos, tendo como recorte as mesmas sete cidades, os dois partidos se enfrentaram diretamente apenas na Capital, em Joinville e Lages. Eram aliados em Blumenau, Chapecó e Itajaí.
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O que estimula a divisão é o fim de um ciclo político. Sem Luiz Henrique e Colombo na disputa pelo governo em 2018, os dois partidos mais estruturados de Santa Catarina se armam para a disputa. O deputado estadual Gelson Merisio pelo PSD, o deputado federal Mauro Mariani pelo PMDB, ambos têm na eleição municipal um primeiro embate. Nem que seja para ver quem fica pelo caminho em caso de nova composição. Ou cede espaço para quem observa atentamente a briga em praça pública dos sócios governistas.
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As voltas que o mundo dá
Um dos possíveis cenários para a prefeitura de Itajaí é bastante curioso. Teria o ex-vereador Nikolas Reis (PDT) representando a atual administração, o ex-prefeito Volnei Morastoni (PMDB) pela oposição e o ex-blumenauense Décio Lima (PT) liderando uma terceira via suprapartidária. Dois ex-petistas e um petista pintado de azul pessedista.
Ainda em dúvida
Na passagem por Florianópolis na sexta-feira, o ministro Gilberto Kassab (PSD) disse que o correligionário Cesar Souza Junior “saberá consolidar a decisão de ser ou não candidato”. Parece acreditar que ainda pode reverter a decisão do único prefeito de Capital do PSD de não disputar a reeleição.
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Frase avulsa
“O prefeito está morto, mas passa bem”, ironizou um ex-aliado, hoje desafeto, sobre a quantidade de entrevistas de Cesar Junior após a decisão de não concorrer.
Os vices
O PSB prevê para este final de semana a conversa sobre a possibilidade do vereador Mário Hildebrandt ser vice na chapa liderada pelo deputado estadual Jean Kulhmann (PSD) para prefeitura de Blumenau. Na Assembleia Legislativa é dado como certo que o vice será Alexandre José (PRB).