Nesta terça-feira completa um mês do início da operação emergencial da Viação Piracicabana em Blumenau. Até agora estão na rua 186 veículos e a promessa é que esse número chegue a 230 no início do mês, de acordo com o Seterb.
Continua depois da publicidade
O contrato de concessão previa 240 veículos 30 dias depois da assinatura do contrato, mas a frota completa não deve operar simultaneamente nas ruas de Blumenau. De acordo com o presidente do Seterb, Carlos Lange, cerca de 10 ônibus devem ficar na reserva, para substituir os que entrarem em manutenção. Hoje 186 veículos estão em operação. Sobre o primeiro mês da empresa na cidade, Lange avalia:
– Dentro da realidade que estávamos vivendo, com as constantes paralisações, as medidas que foram adotadas conseguiram minimizar essa insegurança e estamos implementando o serviço com a agregação de todos os veículos que estavam previstos.Podemos perceber um padrão de qualidade na evolução do serviço.
No entanto, a sequência de reclamações dos usuários sobre a qualidade do transporte motivou o Ministério Público a abrir um inquérito civil para investigar possíveis descumprimentos do contrato. O promotor Odair Tramontin pede respostas para três pontos: se os 190 ônibus prometidos inicialmente pela Piracicabana estão, de fato, à disposição; se há alguma providência concreta para que os outros 50 veículos prometidos cheguem no prazo, e também um relatório que explique o motivo dos problemas com itinerários e mecânica registrados até agora. As respostas já foram encaminhadas ao Ministério Público, que deve se pronunciar na próxima semana.
Prefeitura acompanha problemas
Continua depois da publicidade
Em cerca de 30 dias foram inúmeros relatos de ônibus em mau estado de conservação, linhas atrasadas e até mesmo princípios de incêndio em veículos. Para evitar novos problemas mecânicos, uma força-tarefa foi formada para fazer a manutenção nos veículos, mas o balanço da ação ainda não foi divulgado.
::: Ônibus da Piracicabana chegam a Blumenau
Lange também garante que fiscais de operação atuam nos terminais e outra equipe ocupa-se da definição de escalas e linhas de circulação. O presidente do Seterb afirma que são feitas reuniões semanais com a administração da empresa para discutir falhas operacionais:
– Todos essas questões que vão chegando nós colocamos na mesa e discutimos com a empresa, que nos passa a previsão para resolver caso. Temos um levantamento de todos os problemas. Por isso recomendamos à empresa que reforçasse a equipe de manutenção.
Até o fechamento desta edição a Viação Piracicabana não deu retorno à reportagem do Santa para comentar sobre a situação.
Continua depois da publicidade
População precisa participar da nova licitação
A única saída para um transporte de qualidade em Blumenau é a participação da comunidade na elaboração do processo licitatório. A avaliação é do conselheiro municipal de transporte e advogado especialista em Direito Administrativo e de Trânsito, Roger Mendes Cecchetto.
De acordo com Cecchetto, há um ponto importante que precisa ser levado em consideração:
– Esse serviço está sendo prestado de forma emergencial. Ele é precário e tem prazo determinado. Por conta disso, o município não pode exigir muito dessa empresa porque ela não tem nenhuma garantia de retorno do investimento.
No entanto, o que foi determinado no contrato deve ser rigorosamente cumprido, alerta. Para o advogado, a empresa que se disponibilizou a prestar o serviço deveria ter se preparado para cumprir com o determinado, como o número de ônibus em circulação.
Na próxima semana o prefeito Napoleão Bernardes irá anunciar a comissão que vai elaborar a licitação.
Continua depois da publicidade
Os problemas do primeiro mês:
Superlotação
Com menos veículos do que o previsto, a primeira semana da Piracicabana em Blumenau foi marcada por ônibus abarrotados de gente. Na época, a empresa alegou que não conseguiu contratar profissionais suficientes a tempo por conta da demora na liberação de ex-funcionários do Siga.
Bilhetagem eletrônica
Por problemas técnicos, a empresa não conseguiu fazer a cobrança da tarifa durante três dias no início de fevereiro.
Má conservação
Também foram registrados relatos de coletivos sujos, portas quebradas, ferrugem nas instalações, elevadores de acessibilidade danificados, bancos rasgados, problemas mecânicos e até mesmo princípio de incêndio em alguns veículos.
Desinformação
Os letreiros de alguns ônibus ainda não funcionam e a empresa cola cartazes escritos a caneta no para-brisa dos carros, o que dificulta a visibilidade da linha. Além disso, algumas escalas de horário ainda atrasam e usuários não têm acesso ao horário exato.
Continua depois da publicidade
Estações de pré-embarque
As estações estão sendo usadas apenas como abrigo e a integração é feita somente nos terminais. De acordo com o Seterb, nos locais não há validadores para os cartões. A situação não deve mudar durante o período do serviço emergencial.