A toninha encontrada com parasitas foi avaliada pelos pesquisadores do Laboratório de Zoologia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Laguna, que constataram sinais de desnutrição. A morte do animal muda a relação ecológica entre esse cetáceo e a espécie de craca que estava nele, pois é a primeira vez que ela provoca a morte do hospedeiro.
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De acordo com o professor da Udesc Pedro Volkmer de Castilho, por meio da avaliação necrológica se pode constatar que o animal vinha se alimentando em quantidades muito abaixo do normal e deixou de comer nos últimos dias.
– A falência geral dos órgãos provavelmente foi ocasionada pela dificuldade da toninha em capturar suas presas comuns (peixes e lulas) e consequentemente entrou em estágio de desnutrição potencializando estado de óbito – explica o professor.
Na avaliação realizada pelos pesquisadores da Udesc ficou comprovado que não havia marcas de rede ou de qualquer outra ação direta de seres humanos.
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Relação ecológica alterada
Segundo Castilho, a craca encontrada na toninha é da espécie Conchoderma auritum, que comumente se fixa em outros animais como mexilhões, tartarugas e pinguins, mas só pega uma carona, sem causar prejuízos aos hospedeiros. A situação da última segunda-feira é diferente:
– O caso descrito aqui em Laguna muda a relação ecológica entre as duas espécies, sendo o primeiro caso registrado em que a espécie hospedeira Pontoporia blainvillei morre – ressalta Castilho.

Foto: Acervo LabZoologia, Udesc
Golfinhos com o parasita
Outros casos do parasita em golfinhos já foram registrados ao redor do mundo, mas geralmente a craca fica apenas nos dentes, em estágios iniciais, e não impacta tanto em seu modo de vida.
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-Casos críticos de proliferação como esse de Laguna é o segundo de que temos registro em Santa Catarina. No primeiro, em 2012, havia muito conteúdo estomacal comprovando que as atividades alimentares permaneciam normais – acrescenta o professor da Udesc.
Ao total, cinco toninhas foram encontradas com o Conchoderma auritum em SC, a maioria em estágios iniciais.
Se avistar um desses animais em praias da região de Laguna, ligue para a Polícia Militar Ambiental no (48) 3644-1728. Em outras regiões, ligue para a Central da Polícia Militar no 190, que encaminhará o caso para o batalhão responsável pela ocorrência.
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