Uma toninha foi encontrada morta com parasitas no bico na manhã desta segunda-feira, em Laguna. Pescadores acharam o animal na praia do Mar Grosso, próximo à Tesoura por volta das 7h. A Polícia Militar Ambiental foi acionada e entregou o animal para o Laboratório de Zoologia da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), onde está sendo analisado.

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Em análise inicial, os policiais ambientais acreditam que a toninha fêmea de 1,22 metros e cerca de 17kg pode ter morrido de fome, já que os parasitas estavam presos ao seu bico, o que pode tê-la impedido de se alimentar.

De acordo com o professor da Udesc Pedro Volkner de Castilhos, o cetáceo encontrado é da espécie Pontopória Blainvillei, mamífero bastante comum no litoral catarinense. Na região de Laguna, ele costuma aparecer em alto-mar, a cerca de 1,5 quilômetros e 2 quilômetros da costa, mas já foi avistado a 500 metros da rebentação.

Foto: Ronaldo Amboni, divulgação

Parasita é exótico

O parasita encontrado no animal é exótico, não é do nosso litoral. A hipótese com a qual o professor trabalha é que ele tenha vindo em água de lastro de navios.

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– Tudo indica que essa craca não prejudica o animal, mas pode gerar dificuldade física ao pegar alimento – pondera Castilhos.

Segundo o professor, este é o quinto caso desde 2012 em que o parasita é encontrado em toninhas de SC, o segundo em que a craca se desenvolveu de maneira mais grave como a desta segunda-feira. Os demais foram encontrados mortos por outros motivos, mas apresentavam o parasita em seus dentes, como o último caso registrado, na semana passada.

– O parasita é oportunista. Os filhotes ficam na água, na parte superior do oceano, procurando substrato duro para se fixarem. Provavelmente a toninha deu azar de passar, não conseguiu tirar da boca e a craca foi se proliferando – acrescenta o professor da Udesc.

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Foto: Ronaldo Amboni, divulgação

Toninha x Boto da pesca artesanal

Apesar da semelhança física e pelo fato da toninha ter sido encontrada em Laguna, região conhecida pela presença dos botos, o professor Pedro Volkner de Castilhos enfatiza que a espécie não tem contato com os mamíferos marinhos da região e não participa da pesca artesanal.

– As toninhas não entram no canal, nem na Lagoa de Santo Antônio. Só no mar, fora do complexo lagunar. Elas não interagem com os botos dessa região e, inclusive, comem espécies diferentes – explica o professor.

Se avistar um desses animais em praias da região de Laguna, ligue para a Polícia Militar Ambiental no (48) 3644-1728. Em outras regiões, ligue para a Central da Polícia Militar no 190, que encaminhará o caso para o batalhão responsável pela ocorrência.

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