A decisão judicial que obrigou o governo do Estado a contratar 242 policiais civis para a região de Joinville no prazo de um ano foi suspensa em decisão liminar do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. O desembargador Rodolfo Tridapalli acatou o recurso do Estado e garantiu efeito suspensivo contra a decisão do juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Joinville, Roberto Lepper.

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Em novembro do ano passado, o juiz havia determinado a contratação de 29 delegados, 41 escrivães e 172 agentes, atendendo a ação apresentada por 16 promotores do Ministério Público na cidade. A ação havia sido montada após os promotores notarem o acúmulo de inquéritos em Joinville, além da diferença de efetivo em comparação com outras cidades – uma reportagem de “A Notícia” foi anexada pelos promotores.

Ao suspender a decisão do juiz joinvilense, o desembargador reconheceu “evidente a necessidade de reprimenda na segurança pública” em Joinville, mas anotou que o concurso público em andamento para a contratação de policiais civis em todo o Estado não pode ser direcionado.

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– É certo que não se pode permitir que o concurso público em andamento seja direcionado – sem qualquer critério técnico – apenas a um município que postulou judicialmente as vagas, sob pena de indébita intromissão no mérito administrativo – escreveu.

O argumento do governo era de que o Estado reconhece a falta de servidores ao ter lançado concurso público, mas que a administração “utiliza-se de critérios técnicos para a definição das vagas em todo o Estado e não somente em relação ao município em específico”.

Assim, caso a decisão do TJ-SC não seja mudada no chamado julgamento do mérito (quando um grupo de desembargadores se reúne para decidir a questão definitivamente, em data a ser marcada) ou em novo recurso do Ministério Público, não haverá qualquer garantia de que Joinville receba reforço policial em número considerado suficiente.

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Até se chegar ao número de 242 policiais, o MP em Joinville elaborou um estudo técnico. Foi mostrado que, até então, Joinville contava com 167 policiais civis e que 21 deles estão aptos a pedir a aposentadoria. Ou seja, é possível que a futura distribuição de policiais para a cidade sequer supere a proporção de baixas previstas.