Terminou sem acordo a audiência na tarde desta quinta-feira no Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) entre representantes do Consórcio Fênix (Setuf) e dos trabalhadores (Sintraturb) do transporte coletivo de Florianópolis e cresce a ameaça de greve.

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Após 1h30min de discussão, ficou estabelecido que o Setuf tem até esta sexta-feira para dar uma resposta sobre a reivindicação da categoria. Motoristas e cobradores ameaçam parar as atividades na próxima semana caso o período de intervalo seja alterado.

A partir deste sábado, quando o Consórcio Fênix começa a operar o sistema de transporte coletivo na Capital, cerca de 1500 funcionários passam a ter mais de 1h de intervalo. Segundo o presidente do Sintraturb, Waldir Gomes, a medida está respaldada pelo julgamento do dissídio coletivo, realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho em junho.

– O mínimo é 1 hora e o máximo é 2 horas. Agora, se eles não aceitam que uma parte dos funcionários vão fazer 1,5 hora de parada, vamos ter que reunir com os empresários para oferecer uma nova proposta – disse.

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Escala alterada é motivo de impasse

As novas escalas já foram entregues aos funcionários. Em um caso de um motorista da Transol, que não quis se identificar com medo de represálias, a escala inclui um período de intervalo de 9h19min até 10h59h _ cerca de 1h40min parado _, sendo que a viagem seguinte só parte à.s 11h05min.

– Eles estão prontos para nos impor duas horas de intervalo. A gente não vai aceitar isto. Não tem conversa – disse o representante do Sintraturb, Deonísio Linder.

Divergência histórica

O intervalo de uma hora foi incluído no acordo coletivo de 1997 e desde então é motivo de atrito entre os dois sindicatos. Segundo a CLT, turnos acima de 6h prevê intervalo de 1h a 2h. No entanto, o Sintraturb sempre foi a favor de um intervalo proporcional ao tempo de trabalho, algo em torno de 20 minutos. O sindicato alega que não há condições para descanso e falta banheiros exclusivos e refeitórios para os trabalhadores. Já o Setuf não abria mão do mínimo estabelecido pela lei, que é uma hora.

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Segundo Waldir Gomes, uma definição deve ser tomada até a tarde desta sexta-feira. Deonísio Linder disse que aguarda a ligação:

– Vamos esperar, mas se eles não mudarem as escalas nós vamos parar – disse Deonísio.