A denúncia de fraude nos diplomas de alguns servidores da Câmara de Vereadores de Joinville ainda não foi oficialmente investigada pelo Ministério Público, mas já motivou a exoneração de pelo menos um assessor do gabinete do vereador Cláudio Aragão (PMDB).
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Dois assessores da equipe de Aragão, líder da bancada do PMDB no Legislativo, apareceram na lista de suspeitos na última semana, quando o lote de documentos foi encaminhado à Gerência Regional de Educação (Gered) e voltou com indícios de irregularidades.
– Apesar de nenhuma das denúncias estarem confirmadas, como vereador, eu não posso me permitir trabalhar com servidores sob suspeita ou dúvida. Então, me reuni com toda a equipe do gabinete e anunciei a exoneração de um deles, o caso mais grave, ao menos até que todos os detalhes sejam apurados – disse Aragão.
Segundo ele, o ajustamento da documentação do servidor entrou na casa quando o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) da Paridade foi cumprida, tornando obrigatória a apresentação dos certificados de escolaridade.
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O peemedebista afirma que tomou a decisão de exonerar o servidor investigado assim que foi avisado da suspeita pelo setor de recursos humanos da Câmara. As supostas irregularidades foram denunciadas por agentes internos e externos da casa e surgiram por causa do cumprimento do TAC da Proporcionalidade, no final de março deste ano.
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Na época, todos os servidores nomeados nos 19 gabinetes da Câmara de Vereadores foram obrigados a apresentar diplomas de conclusão de ensino médio e de ensino superior para serem efetivados no cargo.
“AN” apurou com fontes ligadas ao Legislativo que existem pelo menos quatro casos suspeitos, de três gabinetes, com indícios de falsificação. Conforme o chefe da consultoria jurídica da Câmara, Laércio Doalci Henning, o Código Penal prevê prisão de dois a seis anos para quem falsifica documento público. A mesma pena se aplica aos que utilizaram a documentação forjada.
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– Este é um procedimento que cabe ao Ministério Publico, no âmbito da Câmara. Cabe processo administrativo e punição que impedirá o servidor de se candidatar a qualquer cargo público durante cinco anos – informou Henning.
Gered reforça suspeita de falsificação
Pelo menos três dos oito casos suspeitos de irregularidades nos diplomas de servidores públicos do Legislativo de Joinville apresentaram sinais de falsificação. A informação é da Gerência Regional de Educação (Gered), responsável pela avaliação dos documentos.
As irregularidades nos diplomas de ensino médio são visíveis, segundo a gerente da Gered, Dalila Leal. A falta de uma marca -d?água, a diferença na coloração do papel e a assinatura que não coincide com a data de emissão do documento são sinais observados de adulteração e que estão sob suspeita.
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– Não cabe a nós confirmar ou não a falsificação. Esta é uma investigação do MP. O nosso papel é o de apenas apontar os pontos irregulares e duvidosos quando eles existirem. Essa análise já foi feita e encaminhada aos órgãos competentes – explicou Dalila.
Segundo a gerente, os casos repassados à Câmara são tidos como suspeitos, já que os servidores podem apresentar recursos que comprovem a autenticidade. A validação dos diplomas é feito por uma técnica da Gered.