O assassinato de Mara Tayana Decker chocou os moradores de Joinville e levantou outra discussão. Afinal, como um homem de histórico tão agressivo contra as mulheres poderia estar habilitado para atuar como segurança em estabelecimentos comerciais?
Continua depois da publicidade
Antes de o corpo de Mara Tayana ter sido encontrado, a família da vítima fez contato pelo celular com Leandro Emílio da Silva Soares e ele desconversou. Disse não saber do paradeiro da moça. O fato é que a sua localização foi facilitada justamente por conta da profissão dele. Segundo a mãe de Mara, Luiza Ribeiro, o próprio estabelecimento onde a filha e Leandro estiveram naquela fatídica noite forneceu o contato por meio de uma empresa de segurança.
De acordo com Jonathan Santos, gerente da empresa, o suspeito chegou a prestar serviços de free lancer para a empresa, porém, não fazia parte do quadro de funcionários. Jonathan também não soube precisar quando isso ocorreu, mas garantiu que na época o suspeito estava habilitado para a função.
A polícia já sabe que Leandro fez um curso de vigilante em 2009 e que o seu registro estava vencido atualmente. Conforme “A Notícia” apurou, Leandro atuava como segurança em um bar na Via Gastronômica. A denúncia já chegou ao setor de fiscalização da Polícia Federal, que também apura o caso.
Continua depois da publicidade
Em depoimento ao delegado Paulo Reis, da Divisão de Homicídios, Leandro confirmou que trabalhou como segurança naquela noite das 19h a 1h, em um estabelecimento comercial, e que depois foi com um amigo ao bar onde Mara estava com amigos dela.
Além de atuar de forma irregular, Leandro divulgava fotos com armas nas redes sociais. Em uma delas, publicada no Facebook, ele segura uma arma de cano longo; em outra, aparece com um revólver na mão.

Fotos publicadas em rede social mostram o outro lado do suspeito
O que avaliar na contratação
Contratar uma empresa para fazer a segurança de um estabelecimento ou evento não é o suficiente para garantir que o serviço prestado será de qualidade. Até porque, muitas vezes, a pessoa pode se infiltrar no meio e tirar a credibilidade de toda uma classe,
Continua depois da publicidade
Para evitar que isso ocorra, o presidente do Sindicato dos Vigilantes, Silvio Kammer, alerta: antes de contratar alguém para atuar na área, peça a relação dos nomes dos seguranças que farão o serviço e consulte a Polícia Federal.
– Às vezes, a empresa até tem alvará, mas contrata pessoas que não estão preparadas – ressalta.
Para atuar como vigilante é preciso fazer o curso de formação, passar por reciclagem a cada dois anos e não ter passagens policiais. Até um acidente de trânsito pode impedir a formação. Os cursos têm duração de 21 dias, e os de reciclagem, cinco dias.
Continua depois da publicidade
Onde checar
Setor de vistoria da Polícia Federal
Telefone: (47) 3431-6808
Endereço eletrônico: cv.jve.sc@dpf.gov.br