Segunda audiência de conciliação entre grevistas e empresários termina sem acordo e greve continua na Capital

A segunda rodada de negociação entre o sindicato dos trabalhadores do transporte coletivo (Sintraturb) e empresários (Setuf), prefeitura, Ministério do Trabalho e Ministério Público do Trabalho terminou sem acordo. A partir das 19h desta terça-feira, os grevistas devem se reunir em assembleia para novo posicionamento e divulgação das decisões da reunião.

As empresas do transporte coletivo fizeram duas propostas recusadas pelos trabalhadores. Na proposta final propuseram o pagamento do INPC (ajuste de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para todas as jornadas retroativo a maio, mas em duas parcelas a serem pagas em julho e agosto. Também foi proposto o tíquete alimentação de R$ 460 a partir de agosto e descartar o pagamento dos dias parados ao sindicato. A proposta foi recusada.

Com relação à decisão da Justiça em manter uma frota mínima, os grevistas continuam negando a possibilidade e sugerem a circulação dos ônibus sem pagamento de tarifa. Diante da desobediência da determinação, o procurador Alexandre Freitas disse que pretende aplicar e cobrar nesta terça-feira a multa de R$ 100 mil dos dois sindicatos (Sintraturb e Setuf) para cada dia de greve sem veículos nas ruas.

O Sintraturb não quis falar com a imprensa após a reunião. Já o presidente do Setuf, Waldir Gomes, reiterou o pedido para que os trabalhadores voltem imediatamente ao trabalho.

O desembargador Gilmar Cavalieri acredita que o impasse está próximo do fim, já que os sindicatos acordaram quanto as questões financeiras, faltando evoluir na questões da jornada. Ele ainda colocou o Tribunal à disposição para as categorias negociarem.

Reivindicações trabalhistas

? Redução da jornada de trabalho de 6h20 para 6h e a extinção da jornada de 3h;

? Reajuste acompanhando inflação (7,16%), além de aumento salarial de 5% para motoristas, cobradores e demais trabalhadores das garagens de ônibus.

? Aumento no ticket alimentação para R$ 460.

Na internet, abaixo assinado pede por ‘greve ao contrário’

Quase mil pessoas já assinaram um abaixo assinado virtual que pede catraca livre até o fim da greve do transporte urbano. O pedido foi criado pelo Sintraturb e defende uma autorização para que os motoristas e cobradores possam trabalhar sem sofrerem sanções. O documento seria entregue ao prefeito da Capital César Souza Júnior (PSD) e ao Tribunal Regional do Trabalho.

Transporte alternativo

A prefeitura está disponibilizando 200 vans e micro-ônibus para o transporte da população. Veja no mapa quais são os percursos, onde é a saída dos veículos e o preço a ser pago pelo serviço: