No ano passado, 475 bebês nasceram com sífilis no Estado – número 75% maior do que o registrado em 2014, quando as notificações dos casos de transmissão da doença de mãe para bebê totalizaram 272. A sífilis congênita pode causar aborto, má formação do feto e até morte da criança.

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A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), da Secretaria de Estado da Saúde, vai lançar o Plano de Redução da Sífilis Congênita para eliminar a sífilis congênita em Santa Catarina até 2019.

O Plano de Redução da Sífilis Congênita de Santa Catarina estabelece diversas estratégias a serem implementadas a partir de 2017 com a meta de melhorar a qualidade da atenção à saúde da mulher e do seu filho durante a gestação e o puerpério (pós-gestação).

– A sífilis tem cura, desde que o tratamento seja feito oportunamente. A partir do tratamento adequado da gestante e do seu parceiro sexual, o bebê nasce livre da doença, ou seja, a sífilis congênita é 100% evitável – explica Dulce Quevedo, gerente de Vigilância das DST, Aids e Hepatites Virais da Dive.

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O tratamento é feito com antibióticos. No caso das gestantes, o único indicado é a penicilina, cujo abastecimento já está normalizado no Estado.

Acompanhamento da gestante, do bebê e dos parceiros sexuais

Os objetivos do plano são aumentar a cobertura da testagem para sífilis nas gestantes durante o pré-natal e nos casais que estão planejando gestação; aumentar a cobertura de tratamento adequado nas gestantes com sífilis durante o pré-natal, incluindo o tratamento dos parceiros sexuais; e aumentar a cobertura de tratamento e o acompanhamento adequado dos recém-nascidos com sífilis congênita.

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A testagem para sífilis deve ser realizada no 1°, no 2° e no 3° trimestre da gestação. Independente dos resultados, um novo exame deverá ser realizado no momento da internação hospitalar para o parto ou abortamento.

Os casos de sífilis vêm aumentando ano a ano no mundo, no Brasil e em Santa Catarina. A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que 937 mil pessoas são infectadas a cada ano no país. Em Santa Catarina, os casos de sífilis adquirida vêm aumentando em torno de 50% ao ano.

Em 2015, foram registrados 5.706 novos casos, um crescimento de 53,5% em comparação aos 3.716 novos casos notificados no ano anterior. Em relação às gestantes (notificadas separadamente), o incremento foi de 61%, passando de 777 em 2014 para 1.254 em 2015.

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A Secretaria de Estado da Saúde tem uma página (veja aqui) completa sobre a doença e um link para a lista das unidades de saúde que oferecem o teste rápido, de forma rápida, gratuita e sigilosa.

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