A informação de que o homem suspeito de contrair ebola conseguiu documento de refugiado em Dionísio Cerqueira, no Oeste de SC, foi o assunto desta sexta-feira na população da fronteira entre o Estado e a Argentina, provocando uma reunião de órgãos de controle de saúde e segurança na Secretaria de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira.
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De acordo com informações da Polícia Federal, o morador de Guiné, na África, Sowleymane Bah, de 47 anos, entrou no Brasil pelo Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, mas fez o pedido de refúgio em Dionísio Cerqueira, que lhe dá o direito e viver e trabalhar temporariamente no Brasil. O pedido foi realizado no dia 23 de setembro.
A explicação para ele fazer o pedido na delegacia catarinense é que nesta unidade praticamente não há filas para atendimento. Informações extraoficiais indicam que desde o início de setembro houve 47 pedidos de refúgio em Dionísio Cerqueira, sendo seis de Guiné.
A partir desta sexta foram suspensos os pedidos de Guiné, Serra Leoa e Libéria, que são os países com registro de casos de Ebola.
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A suspeita de que Bah poderia ter o vírus foi confirmada na quinta-feira. Ele foi transferido de Cascavel para o Rio De Janeiro.
Rotina de agentes da Polícia Federal segue normal
Em Dionísio Cerqueira os moradores comentam sobre o caso e alguns demonstram preocupação com o ingresso de africanos, evitando até a proximidade, e outros demonstram tranquilidade, como a contadora Dieli Claro.
– O pessoal comentou um pouco no trabalho mas não estou com medo – disse.
Na Aduana Turística, onde há um fluxo intenso de brasileiros e argentino entrando e saído, entre Dionísio Cerqueira e Bernardo de Irigoyen, a situação também era normal na noite de ontem. Na Polícia Federal a rotina dos agentes não foi alterada.
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– Ninguém apresentou sintoma – disse um dos agentes.
Órgãos oficiais tentam tranquilizar população
A gerente de Saúde da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira, Eila Labres, que participou da reunião realizada nesta sexta-feira, procurou tranquilizar a população.
– Este paciente suspeito, quando esteve em Dionísio Cerqueira, não apresentou qualquer sintoma do Ebola. É um caso não confirmado, motivo pelo qual tranquilizamos as pessoas que vivem na fronteira de Santa Catarina e do Paraná – reforça Labres.
Outra integrante da reunião, a enfermeira Dila Possatti, da gerência regional de Saúde de São Miguel do Oeste, também procurou acalmar a população.
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– Não há razão para ficar com medo ou pânico – disse.
Ela afirmou que o africano ficou apenas cerca de 24 horas na cidade, para conseguir a documentação, e que na ocasião estava sadio.

Entenda a doença:
O ebola é uma doença de notificação compulsória imediata, que deve ser realizada pelo profissional de saúde ou pelo serviço que prestar o primeiro atendimento ao paciente, pelo meio mais rápido disponível, de acordo com a Portaria No 1.271, de 6 de junho de 2014.
Todo caso suspeito deve ser notificado imediatamente às autoridades de saúde das secretarias municipais, estaduais e à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
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A doença está relacionada à ocorrência de surtos de febre hemorrágica no continente africano desde 1976. Entre os sintomas estão hemorragia, vômito e febre.
O ebola só é transmitida por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de indivíduos doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados. O vírus é transmitido quando surgem os sintomas.