A primeira reunião mista da CPI para investigar a relação do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e empresas decidiu, nesta quarta-feira, que irá convocá-lo a depor próximo dia 15. Mais cedo, o relator da comissão, deputado Odair da Cunha (PT-MG), havia previsto o depoimento de Cachoeira para o dia 17.
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Já na próxima terça-feira irá depor o delegado da Polícia Federal, Raul Alexandre Marques de Souza, responsável pela Operação Vegas. Na quinta-feira seguinte, será a vez do delegado Mateus Rodrigues e dos procuradores do Ministério Público Daniel Salgado e Lea Batista de Oliveira, encarregados da Operação Monte Carlo.
O senador Demóstenes Torres, suspeito de manter ligações com Carlinhos Cachoeira, deve prestar esclarecimentos no dia 31. Além de decidir as datas dos depoimentos, deputados e senadores aprovaram a quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira a partir de 1º de janeiro deste ano.
A previsão anterior era de que a CPI analisasse as movimentações do empresário desde 2006, mas o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), acolheu a sugestão dos demais membros da CPI e ampliou, no pedido, a quebra de sigilo a partir de 2002.
No rol de testemunhas não está o nome do dono da Delta Fernando Cavendish. De acordo com o relator, inicialmente o foco da CPI estará voltado para as atividades da construtora Delta na região Centro-Oeste. A comissão aprovou a convocação do gerente da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, para o dia 29 de maio.
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Já no mês de junho, a CPI passará para uma segunda fase: dedicada a investigar as ligações de Carlinhos Cachoeira com os governos estaduais. O plano de trabalho aprovado, no entanto, não prevê audiências com os governadores Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), alvos de reportagens sobre suspeitas de envolvimento com o empresário goiano.
De acordo com Cunha, os governadores poderão ser convocados ao longo dos trabalhos. O relator agendou a apresentação do relatório final para 23 de outubro, com o objetivo de votar o parecer dois dias depois.
Gurgel rejeita convite
Na manhã desta quarta, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, rejeitou o convite para ir à CPI. O pedido foi feito durante reunião pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e pelo relator Odair Cunha (PT-MG).
Gurgel usou argumentos técnicos para se recusar a falar na comissão. Conforme Rêgo, o procurador alegou que a investigação ainda não está concluída, o que o impede de comparecer ao Congresso. Diante do convite recusado, os parlamentares podem tentar apelar para uma convocação.
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O procurador foi o primeiro citado por deputados e senadores para ser ouvido ao longo da investigação. Outros nomes que a CPI pretende ouvir é os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perilo (PSDB).