Os ânimos entre pescadores, armadores e indústrias conserveiras parecem estar mais tranquilos após as reuniões realizadas com o chefe de Assuntos Estratégicos e Relações Institucionais do Ministério da Pesca, Luís Sabanay, nesta terça-feira.

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Os encontros ampliaram o debate sobre o preço mínimo da sardinha e definiram uma comissão composta por representantes de cada categoria, que participará de uma nova reunião na quarta-feira, ainda sem horário definido.

Para o presidente do Sindicato dos Pescadores Profissionais de Santa Catarina (Sitrapesca), Manuel Xavier, a reunião foi muito proveitosa e ampliou a discussão sobre o assunto.

– Agora mudou muito, eles estão dispostos a conversar sobre o preço da sardinha – explica.

Mesmo assim, segundo o dirigente, a greve permanece até que haja uma solução para o reajuste. O Sitrapesca estima que a cada dia deixam de ser capturadas 500 toneladas de pescado. Os prejuízos podem se refletir também no bolso do consumidor, caso não haja um entendimento entre os setores.

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De acordo com o armador de pesca, Jorge Seif Júnior, que participou da reunião com o representante do Ministério da Pesca, o que vai regular o mercado é a oferta e procura.

– É uma negociação mais ampla, o governo tem que trazer novas perspectivas. Não é do dia para a noite que este problema vai se resolver. Enquanto não houver outras alternativas além da sardinha, isso vai continuar – destaca.

Conforme Seif, mesmo com a paralisação, que já dura oito dias, as indústrias conserveiras devem possuir um estoque de cerca de 5 mil toneladas de sardinha. No entanto, ele alerta que no dia 16 de abril o governo vai decidir sobre a cota de importação do pescado, que depende do quanto for capturado este ano.

– A gente já devia estar pescando. O governo vai ser obrigado a abrir as portas – argumenta.

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O chefe de Assuntos Estratégicos e Relações Institucionais do Ministério da Pesca, Luís Sabanay, que acompanha as negociações, está otimista para a reunião que acontece nesta quarta. Segundo ele, existe ambiente para negociar e há a construção um processo de fortalecimento da indústria da sardinha de Santa Catarina e do país.

– O debate com a indústria, armadores e pescadores avançou. Uma comissão vai começar a discutir o assunto para chegar a um acordo. Temos que ver o futuro desse processo e ter um comitê permanente de diálogo – avalia.