Os trabalhadores nas empresas de pesca de Santa Catarina começaram nesta terça-feira uma paralisação na pesca da sardinha. A promessa é ficar de braços cruzados até pelo menos a próxima segunda-feira. O Sintrapesca, sindicato que representa a categoria, estima que, com a greve, 3 mil toneladas do pescado deixem de ser capturadas.
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A paralisação é resultado da falta de acordo entre o Sintrapesca e o Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi). A categoria pede um reajuste de 33% sobre o valor pago atualmente pelo quilo da sardinha. Em busca de uma solução, o assunto foi debatido terça-feira e uma nova reunião foi marcada para a próxima segunda-feira.
Até lá os pescadores prometem ficar parados. De acordo com o presidente do Sintrapesca, Manoel Xavier, há cerca de 900 trabalhadores parados em todo o Estado, sendo que 600 deles somente na região de Itajaí. O movimento também tem adesões em São Paulo e Rio de Janeiro.
De acordo com o presidente o valor pago pelo quilo da sardinha hoje, de R$ 1,20, não é reajustado há cinco anos. Os pescadores pedem que o valor mínimo passe para R$ 1,60. A justificativa é de que o preço atual não cobre os gastos das embarcações.
– O gasto médio de uma embarcação que pesca sardinha é de R$ 130 mil a R$ 150 mil por mês. É necessário pescar quase 150 toneladas para saldar essa dívida, depois pensar em lucro – explica.
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Terça-feira os pescadores fizeram uma passeata antes da reunião com o Sindipi. Com faixas, eles comparavam o preço pago pela sardinha ao do quilo da farinha e do pão francês. Jorge Seif, representante do Sindipi que presidiu a reunião com os pescadores, foi procurado pela reportagem, mas estava em reunião e não retornou as ligações para comentar a paralisação.