Eliane Lichtenberg,

Jornalista e relações públicas

Hoje, a grande maioria de nossos gestores e líderes empresariais tem a clara convicção de que somos e estamos todos conectados e interligados. Ao mesmo tempo, é visível o fato de que o público de interesse das organizações – seja o consumidor, o fornecedor, o acionista, o colaborador, a comunidade próxima – se mostra dia a dia mais esclarecido e articulado em movimentos para a defesa de seus direitos individuais e da sociedade. E a internet contribuiu muito para este novo cenário global.

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Os diferentes tipos de público que interessam a uma organização estão mais conscientes não só de seus direitos individuais, mas também da força bem maior que passam a dispor ao se unirem a grupos de pressão para que as empresas troquem o seu papel de predadores de recursos pelo de agentes de transformação da própria sociedade.

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No Brasil, onde a concentração de renda gera desigualdades sociais gritantes, o fato de muitas empresas desenvolverem, dentre outros, projetos sociais autossustentáveis para a geração de renda e melhor qualificação profissional da comunidade do entorno vem contribuindo para atenuar este desequilíbrio. Está literalmente enganado quem pensa que para desenvolver tais projetos é necessário ser uma grande empresa ou uma multinacional que fature bilhões por ano. Longe disso!

É possível mobilizar um conjunto de colaboradores na empresa e formar um grupo de voluntários em apoio a um mutirão de pais e professores para a melhoria da pintura na escola próxima. Ou é possível, ainda, encontrar nas proximidades da empresa um local para incentivar a criação de uma cooperativa de costura ou de artesanato a partir de riquezas naturais típicas da região, incluindo familiares de funcionários e integrantes de famílias residentes nas proximidades.

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Parte da produção da cooperativa de costura poderia ser posteriormente adquirida pela própria empresa sob a forma de uniformes para os colaboradores. As peças de artesanato poderiam virar fonte de renda para os envolvidos sob a forma de brindes artesanais à base de fibra da bananeira, ou da palha de uma palmeira, ou de pneus reaproveitados em auxílio ao combate à dengue.

Quanto ao investimento financeiro envolvido? Irrisório independentemente do porte da empresa – seja ela mega, grande ou de pequeno porte. Nada irrisório, porém, é o benefício auferido para a formação e manutenção de uma boa imagem tanto interna quanto externamente, com a geração de notícias positivas junto à mídia e de um diferencial junto ao mercado.

Praticar responsabilidade social é ser criativo, antes de tudo, focando nas necessidades e prioridades sociais, econômicas e ambientais de cada localidade e do negócio em questão.