Luiz Kunde

Presidente da CDL de Joinville

É de conhecimento geral que desde o segundo semestre do ano passado o Brasil vem passando por, no mínimo, três crises: uma econômica, sempre negada pela candidata Dilma; outra política, na qual a presidente Dilma se afunda a cada dia; e uma terceira, de valores morais, que já se arrasta há 12 anos, desde que o PT assumiu o poder.

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A conjugação desses três fatores nos leva à recessão pela qual passamos. Inflação superando a casa dos 8%, desemprego em alta e renda em baixa, dólar que chega a R$ 3,30 e popularidade da presidente a níveis perto de 10% são apenas alguns fatores que levam a esta situação de retração nos investimentos e no consumo e revolta geral pela incompetência patente do novo governo, composto por 39 ministros, dos quais se reconhece o nome de dois. E estes dois representam tudo o que Dilma sempre negou… É exatamente nos ombros de Joaquim Levy, da Fazenda, que está toda a responsabilidade de manter o País com a cabeça fora da zona de rebaixamento.

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As expectativas para o comércio de Joinville são semelhantes ao que ocorre no restante do País, com uma grande exceção: nossa economia tem uma dependência muito pequena das falências de empresas e paralisações de obras da Petrobras. E alguns setores aqui estabelecidos estão começando a se beneficiar tanto da subida do dólar, como a Tupy, quanto da crise hídrica, produzindo caixas- d?água. Quem produz geradores também se beneficia da expectativa de blecaute. A BMW estará incrementando sua produção com a nacionalização do Mini e do X1.

A grande perdedora está sendo a indústria de construção civil, que dá claros sinais de desaceleração por causa da conjunção de expectativas em baixa e juros em alta. O horizonte para uma inversão destas duas curvas ainda não pode ser avistado, é coisa para vários anos. Parafraseando Thais Heredia, “apertem os cintos porque vamos passar por uma área de forte turbulência”.

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Vejo com muita cautela o futuro próximo para o comércio local. Creio que o impacto está sendo absorvido em parte por um corte em custos (vejam a economia que o programa de compras coletivas está trazendo aos associados da CDL de Joinville) e com a adoção de uma política de compras mais austera. Neste sentido, o empresário tende a aumentar o número de compras, diminuindo a quantidade comprada. Com isso, mantém um forte controle sobre seu giro e fluxo de caixa. Neste momento, o caixa é tudo.