Menos de um mês após o início da reforma no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (Casep) de Itajaí, a empreiteira responsável pela obra paralisou os trabalhos. O motivo seria a falta de pagamento. A secretaria de Estado da Justiça e Cidadania informou, via assessoria de imprensa, que não repassa recursos para a unidade do município desde março, devido a falta de prestação de contas da direção do centro.

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Por dentro do prédio, é possível ver que parte da obra foi feita. Há paredes demolidas, portas e estruturas reformadas, além de material de construção no pátio. Mas nem sinal de gente trabalhando. Os funcionários contam que a obra parou na última sexta-feira. Antes da interrupção, a reforma estava prevista para durar três meses. A obra foi orçada em R$ 160 mil.

Segundo o diretor-geral da unidade, Mateus Antônio Ribeiro, os custos da reforma ficaram ao encargo da Justiça e Cidadania, que repassa todos os meses dinheiro para manutenção dos serviços. Ele informa que 10% dessa verba deve ser remanejada para custear a reforma. Ribeiro nega que a obra tenha sido interrompida e garante que os trabalhos previstos estão dentro do cronograma.

_ Elas (obras) estão andando normalmente. Hoje estão paradas porque estamos aguardando a chegada de um material grande, que não estava disponível. A previsão é que chegue na semana que vem, para a continuidade da obra _ afirma.

A falta de repasses do Estado para o Casep também está afetando os oito funcionários que continuam trabalhando no local e os 11 que foram demitidos após a interdição do prédio pela Justiça no fim de abril.

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_ Todos estão sem receber, mesma situação do fim do ano passado. Inclusive, funcionários na ativa e os demitidos no fim do ano passado _ denuncia o ex-educador da unidade Rodrigo Duarte.

O diretor-geral do Casep não informou a empreiteira responsável pela reforma. Segundo ele, assim que as obras ficarem prontas, será feita uma vistoria e o Casep só vai reabrir mediante autorização da Justiça.

Prédio foi interditado por apresentar irregularidades

No final de abril, a Justiça determinou a interdição do Casep e o fechamento das 30 vagas disponíveis na cidade por causa dos problemas estruturais no prédio. Na época, o Ministério Público, que pediu a interdição, fez uma vistoria e encontrou rachaduras, infiltrações, entupimentos nos banheiros e chuveiros estragados. Dias depois, os 12 jovens foram transferidos para outros centros no Estado e o prédio foi fechado para o início das obras.