Os adolescentes infratores que cumprem medidas socioeducativas no Centro de Atendimento Socioeducativo Provisório (CASEP) de Itajaí vão começar a ser transferidos para outras unidades do Estado nesta sexta-feira. O centro foi interditado pela Justiça há uma semana por problemas estruturais, como rachaduras, infiltrações, entupimentos nos banheiros e chuveiros estragados.

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Conforme o diretor do Departamento de Administração Socioeducativa (Dease), Roberto Lajus, nesta quinta-feira a unidade contava com 10 menores infratores. Como um foi liberado por ter cumprido a medida socioeducativa, e agora ficará em liberdade assistida, restam nove para serem transferidos para outros Caseps do Estado.

_ Cinco já tem encaminhamento. Os outros quatro estão aguardando a liberação do juiz para cumprirem as medidas em outros centros_ informa Lajus.

A interdição do Casep de Itajaí é fruto de uma ação cautelar movida pelo promotor Jackson Goldoni _ com atuação na Infância e Juventude_, que após fazer duas inspeções na unidade nos dias 16 e 24 de abril e, solicitar vistoria da Vigilância Sanitária, não identificou melhoras na infraestrutura do local.

Irregularidades encontradas no CASEP de Itajaí:

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– Prédio está em estado precário, com necessidade de reforma geral, que contemple recuperação de pisos, paredes e tetos de todos os ambientes, em especial dos quartos dos internos, com posterior realização de impermeabilização e pintura

– Entrada do estabelecimento tem rachadura e um grande buraco na estrutura de tijolos, gerando risco de desabamento

– Paredes, especialmente nos quartos coletivos, também estão com diversas rachaduras e infiltração;

– Maioria das privadas e pias dos quartos dos internos estão entupidas e, em vários quartos, a caixa de descarga não funciona adequadamente, tendo os internos que jogar água na privada com a ajuda de uma garrafa pet cortada

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– Colchões estão sem capa, só na espuma, e também estão rasgados ou com buracos

– Odor nas galerias é insuportável, principalmente dentro dos quartos, que ficam ao lado das bocas de lobo entre as galerias, possivelmente entupidas, sem falar que os internos, por diversas vezes, estão sendo obrigados a receber alimentação no local insalubre

– Há vestígios da presença de ratos e baratas nas galerias, o que foi confirmado pelos internos. Além de mofo, entulho e lixo

– Maioria dos chuveiros estão estragados, os que estão funcionando, por conta de instalações elétricas improvisadas dão choques ou estão com o ralo entupido

– Horta, antes existente no local, agora abandonada, tomada pelo mato e com possíveis focos de dengue

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– Último corredor dos quartos apresenta vazamentos, o que gera mais insalubridade no local, especialmente com a chegada do inverno

– Ventilação inadequada e há possíveis focos de dengue em privada não utilizada no último quarto de um dos corredores

– Roupas de cama e banho, bem como os uniformes dos internos, são trocadas uma vez por semana

– Ventilação e iluminação são precárias, com alas desativadas e fiação elétrica exposta

– Centro não tem alvarás sanitário, de funcionamento e do Corpo de Bombeiros Militar