A reportagem do “A Notícia” conversou no início da tarde desta quarta-feira com o taxista que pegou a estudante Mara Tayana Decker e o segurança Leandro Emílio da Silva Soares na Via Gastronômica na madrugada de 1° de maio e os levou até a rua Guanabara, na zona Sul de Joinville. Leandro confessou ter matado a jovem em depoimento à Polícia Civil, na última segunda-feira.

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Mara Tayana foi encontrada morta na casa de Leandro na rua Guilhon, bairro Guanabara, na tarde do último sábado.

A Polícia chegou até o local, após a mãe de Leandro, que mora em Navegantes, Litoral Norte, ligar para a polícia e contar que ele havia ligado para ela e dito que tinha matado uma pessoa e que o corpo estava na casa da família em Joinville.

Ainda chocado com o crime, o taxista conta que Mara parecia tranquila, que ficou acordada durante todo o trajeto, mas que em nenhum momento conversou com ele e com Leandro.

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Confira a entrevista:

A Notícia – Você pensou que eles fossem um casal. Eles estavam abraçados?

Taxista – Estavam um ao lado do outro na calçada quando cheguei, mas nada de carinho. Imaginei que eram um casal porque eles estavam juntos e entraram juntos no táxi.

AN – No depoimento você contou que o Leandro sentou na frente e que vocês conversaram. Você lembra sobre o que falaram durante o trajeto?

Taxista – Ele me perguntou: “e aí cara como você está?”, porque a gente se conhecia da época que eu trabalhava como segurança. Falei para ele que estava bem e contei da minha vida. Contei que estava casado há quase dois anos, aí ele me disse: “casou mesmo?”, respondi que sim e que tive um filho, que ele está com quase dois meses. Depois disso ele ficou mudo, não perguntou mais nada e eu também não falei mais.

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AN – A Mara conversou com você?

Taxista – Nada, ela parecia cansada e estava deitada com a cabeça para trás, não sentou reta. Mas estava acordada, vi duas vezes pelo espelho, ela estava olhando para a rua, acompanhando o trajeto.

AN – Quando vocês chegaram na rua Guanabara, onde vocês os deixou, eles falaram algo sobre dividir a corrida? Ela se ofereceu para pagar?

Taxista – Eu mal encostei o carro e ele já estava com R$ 20 na mão. Ela não se ofereceu para pagar.

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AN – Você conhecia o Leandro da época que trabalhou como segurança. Como ele era?

Taxista – Têm duas empresas que fazem a segurança de eventos em Joinville. Nos shows quando o encontrava a gente conversava. Ele era brincalhão, extrovertido. Não via ele há mais de dois anos, desde que parei de trabalhar como segurança.

AN – Como você reagiu quando soube que a Mara estava morta?

Taxista – Ela não tinha nada a ver com a foto. A história foi se encaixando no sábado de madrugada, quando encontrei um colega meu que também é segurança e ele me disse: “você viu o que o Negão do Guanabara (forma como era chamado) fez?”. Eu não sabia que o nome dele era Leandro. Aí pensei, fui eu que levei eles, mas fiquei quieto e não falei nada. No domingo de manhã quando fui entregar o carro para o meu chefe contei para ele, na hora estava passando uma viatura da Polícia Militar e a gente foi falar com eles. Quando o policial me mostrou a foto dele eu fiquei chocado, me emocionei mesmo. Porque, meu, a guria estava tranquila dentro do carro. Fiquei uns dois dias sem dormir.

AN – O delegado disse que vai te chamar novamente para depor, já que o teu depoimento e o do Leadro não coincidem. A Polícia já entrou em contato?

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Taxista – Não, até estou com vontade de ligar para ele de novo e acabar logo com isso. Porque o pessoal fica duvidando porque a minha versão é diferente. Mas não vou mudar nada do que disse, não há o que mudar. Falei tudo para o delegado e para a outra policial, foram dois depoimentos no mesmo dia.