A transferência de 17 pessoas presas na Operaçao Salve Geral começou às 16h20min deste sábado, na Academia de Polícia Civil (Acadepol), em Canasvieiras.

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A operação realizada pela Diretoria Estadual de Investigações Criminias (Deic) é resultado da investigação sobre o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) e os 106 ataques de autoria da facção registrados em Santa Catarina até a madrugada deste sábado.

A investigação começou em 12 de janeiro e a operação foi planejada nesta sexta-feira. Todas as divisões da Deic participaram e os policiais trabalharam 48 horas sem dormir. A escolta dos presos contou com o apoio da Coordenadoria de Operações Policiais Especiais (Cope).

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Charles Guerra/ Agência RBS

Em fila indiana, sete mulheres a frente de dez homens saíram do ginásio da Acadepol e entraram no microônibus da Polícia Civil. Todos algemados com exceção de quatro advogados presos temporariamente na madrugada e manhã deste sábado quando a operação começou.

Entre os presos, a única que se manifestou foi a advogada Francine Bruggemann. Ela falava alto e reclamava de estar sendo detida.

Francine foi presa em casa, em Campinas, São José junto de outro advogado acusado no inquérito do PGC, o Gustavo Gasparino Becker.

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Conforme a polícia, os dois são sócios da advogada Simone Gonçalves Vissotto, que também foi presa na operação quando estava em casa, na Praia do Campeche, Sul da Ilha. Simone tem clientes do PGC e do Primeiro Comando da Capital (PCC), de acordo com a polícia. Com ela foi encontrada uma carta do PGC.

O quarto advogado preso foi João de Souza Barros Filho, detido em Criciúma. A quinta advogada investigada e com mandado de prisão temporária autorizado pela justiça já está presa. É Fernanda Fleck Freitas, detida desde janeiro por envolvimento no assassinato da agente penitenciária Deise Alves.

De acordo com a Deic, todos os cinco advogados são acusados de formação de quadrilha e investigados pela possível participação em outros crimes praticados pelo PGC. O diretor da Deic, delegado Akira Sato disse também que eles serviam como pombo-correio da facção.

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Entre os detidos na operação, estavam duas familiares de Rodrigo de Oliveira, o Rodrigo da Pedra, um dos 40 presos transferidos para presídios federais na manhã deste sábado.

A mulher de Rodrigo não estava em casa quando policiais civis foram cumprir o mandado de prisão temporária contra ela, nesta madrugada. Na casa, a polícia encontrou uma pistola 9mm de fabricação tcheca (restrita de forças policiais e do Exército), uma pistola calibre .380 e uma espingarda calibre 12.

Das 97 pessoas com mandados de prisão pela Deic no inquérito do PGC, 47 já estavam presas. Das 52 que restaram para ser presas na Operação Salve Geral, 25 foram detidas neste sábado. Uma delas foi em Rio do Sul. Muitas são do alto escalão do crime organizado, segundo a Deic.

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Sete mulheres foram encaminhadas ao presídio feminino da Capital, dez homens foram para a Central de Triagem do Estreito. Outras sete pessoas aguardavam na Acadepol transferência para o sistema prisional. Elas seriam autuadas em flagrante porque estavam com armas, drogas ou objetos furtados.

Ainda faltam 27 mandados para serem cumpridos. Parte dessas pessoas acabou fugindo porque a informação das prisões acabou vazando, de acordo com delegados da Deic.

O domingo será de formalização dos autos de apreensão que será coordenada pelo delegado Antônio Seixas Joca, que também participou de toda a investigação. Os presos ainda prestarão depoimento para a Deic. E a operação continua.

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– Todos os presos sabiam e cooptaram com os ataques. As prisões estão só começando – garantiu Akira Sato.

O inquérito da Deic teve o apoio das diretorias de inteligência da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil, Diretoria de Polícia Civil da Grande Florianópolis, Ministério Público e do Judiciário.