Uma situação considerada pelo Ministério Público como flagrante violação dos Direitos Humanos está acontecendo, mais uma vez, na carceragem da 2a DP de São José.

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Em uma cela interditada há um ano pela Justiça, sem luz, ar, água nem higiene, oito presos provisórios estão detidos há dias. Um deles passou mal nesta quarta-feira e foi atendido pelo Samu.

Quando a porta da cela com 2,2 metros quadrados é aberta, sai uma lufada de ar com odor insuportável, mistura de urina, suor, mofo, comida e fezes. Quem está do lado de fora automaticamente prende a respiração.

O cheiro provoca ânsia de vômito, mesmo para quem está habituado ao ambiente insalubre e desumano. O detento Leonardo Philipe Dutra, 25 anos contou que precisou receber oxigênio do Samu.

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– Não conseguia respirar. Senti enjôo e tontura. É muita gente, muito suor e umidade. As baratas andam em cima de nós e temos que matar os ratos que entram na cela. Não aguentamos mais – desabafou Leonardo.

Os presos contaram que estão há cinco dias sem tomar banho e três sem ir ao banheiro. A privada dentro da cela está entupida. Três dos oito detentos tem nível superior e estão amontoados com os demais.