São aproximadamente 5 mil toneladas de aço que constituem a ponte Hercílio Luz. Se forem abaixo, não há um plano de contingência específico dos órgãos de Defesa Civil de Florianópolis e do Estado. Além disso, moradores do entorno na parte insular e na continental não receberam até hoje qualquer tipo de orientação em caso de colapso na estrutura metálica. Após determinação do Tribunal de Contas (TCE) de pedido de posicionamento sobre segurança e comunicação, os órgãos de Defesa Civil comunicaram que devem encaminhar uma resposta ao tribunal na próxima semana.

Continua depois da publicidade

Ponte Hercílio Luz completa 90 anos entre histórias e polêmicas

A determinação do TCE foi publicada no diário oficial do tribunal ainda no dia 22 de junho, dando 15 dias para manifestação após a Defesa Civil do Estado ser notificada. Na terça-feira, representantes das defesas Civil de Florianópolis e do Estado, e dos Bombeiros, se reuniram para discutir o tema. Após o encontro, o secretário de Estado da Defesa Civil, Rodrigo Moratelli, informou que não seria necessário um plano específico de emergência para a ponte Hercílio Luz:

— Encaminharemos uma resposta ao TCE na próxima semana com um relatório sobre o que temos a respeito de segurança na Capital. Não há um plano específico de contingência em caso de colapso da ponte e acredito que não seja necessário, principalmente porque há estruturas da reforma que sustenta o vão central.

Continua depois da publicidade

Moratelli ainda avisou que, caso o TCE peça a elaboração de um plano específico, este documento ficaria sob a responsabilidade do município. O agente de Defesa Civil de Florianópolis, Luiz Eduardo Machado, confirma que a cidade não possui um plano específico de contingência para a ponte, apenas um mais abrangente, que estaria em fase de “atualização”. No entanto, este plano que está sendo modificado trata de áreas de risco sem citar a ponte.

— O que temos é um plano genérico, como qualquer cidade. Este plano prevê a mobilização dos órgãos de segurança para atuarem em conjunto no atendimento em caso de desastres – afirma Luiz Eduardo Machado.

A determinação do relator do processo no TCE, conselheiro Adircélio de Moraes Ferreira Júnior, prevê apenas a manifestação da Defesa Civil do Estado sobre a necessidade de um plano de contingência específico para a ponte e a possibilidade de aviso a moradores. Entretanto, a representação que originou o processo, de autoria do procurador do Ministério Público de Contas (MPTC), Diogo Ringenberg, requisitava a elaboração de um plano e a comunicação aos moradores.

Continua depois da publicidade

Moradores imediações não têm qualquer tipo de treinamento de emergência

Durante coletiva à imprensa, o secretário Rodrigo Moratelli garantiu que moradores de áreas que seriam atingidas em casos de colapso da ponte já tinham sido informados sobre procedimentos de emergência. Questionado sobre o mesmo assunto, o agente da Defesa Civil de Florianópolis, Luiz Eduardo Machado, respondeu que “não seria necessário esse tipo de comunicação”.

Moradora há 24 anos da servidão Dona Floriana, Mariluci Antunes diz que nunca recebeu qualquer tipo de aviso ou treinamento em caso de colapso ou acidente na ponte Hercílio Luz, que fica a menos de 40 metros de distância de sua casa, no bairro Estreito.

— Desde que eu moro aqui, nunca falaram nada comigo ou com o meu marido. Os vizinhos também nunca comentaram se já fizeram esse tipo de comunicado aqui na nossa rua.

Continua depois da publicidade