Quase um ano depois de um mutirão para diminuir a espera por consultas com especialistas em Joinville, o número de pessoas na fila subiu para mais de 120 mil. São pacientes que precisam de atendimento entre as especialidades oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade.
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Entre elas, os ofícios da 15ª Promotoria do Ministério Público (MP) colocaram em evidência, na última semana, as filas para reumatologia e proctologia, que, juntas, somam mais de sete mil pacientes.
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Hoje, a Secretaria da Saúde de Joinville trabalha em um quadro que considera não apenas as primeiras consultas, mas também os retornos e acompanhamentos médicos.É esta conta mais abrangente que, de acordo com o responsável pelo gerenciamento das filas, Jean Rodrigues da Silva, coloca o número total de atendimentos em mais de sete mil pendências.
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– E também é esta conta que tem norteado a gestão na saúde para a elaboração dos planos de ação. Gerenciar a fila é, sem dúvida nenhuma, a prioridade, mas isso precisa ser feito com qualidade e tecnologia – pondera Rodrigues.
O especialista explica que a Prefeitura já tem um plano de execução elaborado, que foi enviado ao Poder Judiciário para análise e que, atualmente, a Secretaria da Saúde estuda apenas o melhor momento para colocá-lo em prática.
Jean conta ainda que o gargalo na vazão dos atendimentos em especialidades não é reflexo de uma incompatibilidade entre a oferta de especialistas e a demanda de pacientes.
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– Quando colocarmos em prática, o plano de ação vai qualificar o encaminhamento, que é a chave para a agilização. Está prevista também uma aposta forte em plataformas online, por meio das quais os encaminhamentos entre um médico e outro sejam feitos virtual e instantaneamente, e não de forma manual, como é hoje – explica.
Cerca de 70% das consultas nas especialidades de proctologia e reumatologia obrigam o paciente a retornar ao consultório. Essa exigência explica a insuficiência na oferta de médicos e medicamentos.
Em entrevista, o prefeito Udo Döhler também anunciou que a Prefeitura buscou alternativas no mercado para redução do preço das consultas e aguarda parecer do Judiciário para colocar as novas medidas em prática.
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Cerca de 30% não comparecem às consultas
Responsável pelo gerenciamento das filas na saúde pública de Joinville, Jean Rodrigues da Silva, ressalta que cerca de 30% dos pacientes que são contatados para o agendamento das consultas não comparecem, por motivos diversos.
Segundo ele, esse é um indicativo que mostra a necessidade de aprimorar também o processo de agendamento e comunicação com os pacientes.
– Se 30% das consultas agendadas não acontecem, isso também contribui para o aumento da fila. O plano de ação também leva isso em conta, com um novo modelo que preza pela equidade, ou seja, atender mais rapidamente a quem mais precisa, e não a quem chegar primeiro – complementa.
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Prazo de um ano para reduzir as filas
Para as especialidades de proctologia e reumatologia, as liminares do Ministério Público entraram em vigor em julho de 2012, resultado de deficiências no setor observadas ainda em 2011.
Elas determinavam o prazo legal de até 60 dias para apresentação de um plano de execução de medidas administrativas para pôr fim à fila e mais 12 meses para a execução do que fosse planejado.
Diante do não cumprimento das decisões – as filas aumentaram -, a Prefeitura e o Ministério Público optaram por firmar um termo de ajustamento de conduta (TAC), tendo como compromisso a adoção de medidas para, nos termos do ofício, “pôr fim à demanda reprimida e regularizar as consultas”.
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Medidas que, no entendimento da promotoria, também não foram cumpridas, resultando nos ofícios enviados ao Legislativo no dia 3 de agosto para a abertura de investigação pela Câmara de Vereadores.
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