Já faz cinco anos que as muletas são companheiras inseparáveis do aposentado Gentil de Souza, 60 anos, morador do bairro Jardim Iririú, em Joinville.
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Companhia incômoda, é verdade, mas necessária até para os deslocamentos mais simples, como na caminhada da porta de casa até o portão.
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Tem sido assim desde que retirou uma prótese no quadril. Ela havia sido implantada em 1997, após anos de desconforto, e teve de ser removida em 2010 por causa de uma infecção. Procedimento que encolheu alguns centímetros a perna esquerda, daí a dificuldade de andar.
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O aposentado, então, ficou à espera de uma nova prótese. Mas a possibilidade de ser atendido pelo sistema municipal de saúde virou um ponto de interrogação. Seu Gentil chegou a ouvir, numa tentativa de consulta, que seu nome não estava na lista.
Mais tarde, teve a confirmação do nome incluído, mas sem garantias de atendimento. Isto porque o quadro dele foi apontado como sem urgência após uma internação por infecção no início do ano.
Inconformado, Gentil tenta conseguir a cirurgia na Justiça. A decisão do juiz foi de negá-la em março, em primeiro grau, por entender que já há mobilização para reduzir as filas por meio das cobranças do MP e do Judiciário.
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A tese é de que ele poderá ser beneficiado pela decisões judiciais coletivas. Gentil, agora, tenta a sorte no Tribunal de Justiça de SC.
– O pior não é saber que está difícil de operar, mas sim o terrorismo psicológico de ver meu problema diminuído. Andei minha vida toda, até quando tinha a prótese, só queria poder voltar a andar – desabafa o aposentado.
Não há números precisos que apontem quantos pacientes vivem situação parecida com a de Gentil. Há 14 mil nomes na fila da ortopedia por uma consulta, mas só a realização dos primeiros atendimentos revelará a real demanda.
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Hoje, a Secretaria da Saúde calcula que sejam duas mil cirurgias a serem feitas nesta especialidade.