A Prefeitura de Joinville fez uma última tentativa para evitar a greve dos servidores municipais de Joinville. Nesta quinta-feira pela manhã, o prefeito Udo Döhler (PMDB) apresentou uma proposta de 4% reajuste retroativo ao salário de maio, mais 1,56% a partir de novembro. Assim, o reajuste salarial somaria 5,56%. Mesmo assim, a proposta fica bem abaixo do pretendido pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej) que desejam 12,16%, sendo 7,16% da inflação segundo o INPC dos últimos doze meses e mais 5% de aumento real.
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Com a proposta em mãos, Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej, colocará em votação na assembleia de amanhã, às 14 horas, em frente a sede da Prefeitura de Joinville. Mas segundo o líder da organização sindical, a greve deve ser mantida para a próxima segunda-feira.
– A assembleia quem decide. Mas com esse tipo de proposta não dá, não dá nem para começar a conversar. Estamos convictos que é uma decisão política do prefeito Udo. Ele quer economizar em salários. Não são apresentado dados para nós, só é falado que não há condição. O servidor irá aderir em massa a greve -, diz, convicto, Ulrich.
Durante a reunião, que durou 1h30, a Prefeitura apresentou variáveis da proposta. No começo do encontro, o prefeito Udo disse que não teria como dar reajuste algum. Depois, diante da posição do Sinsej, apresentou uma sugestão de dar 3% de reajuste agora e mais 2% em novembro. Com o Sinsej mantendo sua posição, o peemedebista alterou a proposta para 4% agora, mais 1,5% em novembro.
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Além da proposta salarial, o governo Udo também avançou em mais um ponto das reinvindicações dos servidores. Além de estender a gratificação para os servidores da radiologia que trabalham em PAs – antes só os que atuavam em hospital recebiam – a administração municipal também pagará a gratificação para os farmacêuticos e para os agentes administrativos dos três Pronto Atendimentos.
Segundo Afonso Fraiz, representante da Prefeitura, essa foi a melhor proposta que o governo conseguiu chegar sem comprometer a receita do município.
– Se tivesse como aumentar e chegar ao que os servidores desejam, nós faríamos. Mas não seríamos responsáveis. Esperamos que os servidores vejam nossos esforços quando votarem a proposta amanhã (sexta-feira) -, disse.
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Reivindicações e justificativas
A negociação entre o Sinsej e a Prefeitura começaram ainda em abril. A entidade que representa os servidores apresentou uma pauta de reivindicações com 67 pontos – 14 foram atendidos. Na segunda, uma assembleia dos servidores recusou a proposta de 4% de reajuste oferecida pela Prefeitura e anunciou a paralisação para a próxima segunda.
A Prefeitura argumenta que oferecer um reajuste acima dos 4% colocaria a folha de pagamento acima do limite prudencial de 51,3% da Lei de Responsabilidade Fiscal, que não permite que os municípios gastem mais.
Atualmente, o município tem um índice de comprometimento de sua receita com o funcionalismo em 45,97%. Por outro lado, o sindicato afirma ter apresentado a Udo um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrando que seria possível conceder um reajuste de até 14% a todos os servidores joinvilenses sem chegar ao limite prudencial estipulado pela lei.
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