Faltando quatro dias para o íncio da greve dos servidores municipais de Joinville, a Prefeitura faz nesta quinta-feira, às 9h30, uma nova reunião entre a equipe de governo e integrantes do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej). A expectativa é de que a conversa gire em torno de uma nova proposta de reajuste salarial para evitar a paralisação do funcionalismo público na cidade.

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Nesta quarta-feira, o IBGE divulgou o novo índice de inflação, que influencia diretamente na negociação entre Sinsej e governo. Segundo o instituto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor subiu 0,59% em abril, acumulando alta de 2,66% no ano, e de 7,16% no período de 12 meses encerrado em abril.

Com os 7,16%, o percentual de reajuste salarial pleiteado pelo sindicato – que vinha trabalhando com INPC de 7,22% mais 5% de aumento real – caiu para 12,16%. No entanto, a margem de queda não chega a alterar o cenário para a Prefeitura, que esperava um índice menor que se aproximasse da proposta de reajuste na casa dos 4%.

– O índice não teve uma alteração significativa, e nós estamos aguardando que a Prefeitura reconheça que os trabalhadores tiveram perdas salariais nos últimos anos. Não podemos abrir mão disso. Os trabalhadores precisam ter a recomposição de seus salários -, afirma Ulrich Beathalter, presidente do Sinsej.

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Alegando que na reunião de hoje “tudo pode acontecer”, o diretor executivo da chefia de gabinete e responsável pela condução das negociações com o sindicato, Afonso Fraiz, diz que o prefeito Udo Döhler (PMDB) encara a situação com cautela.

– Ninguém vai para uma reunião deste tipo sem nada para falar. E, deste encontro, tanto pode surgir uma nova proposta, quanto mantermos os 4%. O que o prefeito quer deixar claro é que não há jogo de cena. O município não tem condições de chegar ao que o Sinsej pede – diz.

Reivindicações e justificativas

A negociação entre sindicato e Prefeitura começou no início de abril. A entidade que representa os servidores apresentou uma pauta de reivindicações com 67 pontos – 14 foram atendidos. Na segunda, uma assembleia dos servidores recusou a proposta de 4% de reajuste oferecida pela Prefeitura e anunciou a paralisação para a próxima segunda.

A Prefeitura argumenta que oferecer um reajuste acima dos 4% colocaria a folha de pagamento acima do limite prudencial de 51,3% da Lei de Responsabilidade Fiscal, que não permite que os municípios gastem mais.

Atualmente, o município tem um índice de comprometimento de sua receita com o funcionalismo em 45,97%. Por outro lado, o sindicato afirma ter apresentado a Udo um estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrando que seria possível conceder um reajuste de até 14% a todos os servidores joinvilenses sem chegar ao limite prudencial estipulado pela lei.

Além da reunião desta quinta-feira, o sindicato convocou nova assembleia para sexta-feira, às 14h. A ideia é referendar a greve ou votar uma nova proposta eventualmente apresentada pela administração municipal.