Itajaí passa por um surto de dengue. A informação foi confirmada na tarde de ontem pelo secretário de Saúde do município, Márcio Silveira, após o registro do quarto caso da doença contraída na cidade. Há ainda nove suspeitas em análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Florianópolis.
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_ Já é um surto. Desde o início tratamos o assunto com a maior responsabilidade. É a nossa prioridade máxima _ afirma Márcio.
O secretário vai se reunir hoje à tarde com a diretora da Vigilância Epidemiológica, Rachel Marcetti, e o prefeito, Jandir Bellini, para traçar novas estratégias de combate ao surto.
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No encontro, Raquel vai propor a realização de mutirões de limpeza aos sábados no São Vicente, já que os quatro casos confirmados até o momento são de moradores do bairro.
A dificuldade de encontrar moradores em casa durante a semana impede os técnicos de acessar os imóveis, orientar os moradores, combater os focos encontrados e colocar veneno em piscinas e ralos para prevenção.
Outra estratégia que será colocada em pauta é uma nova campanha de conscientização, porque 90% dos focos positivos encontrados em Itajaí estão em terrenos residenciais.
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E, por último, o aumento no número de agentes de controle da dengue. Hoje, Itajaí conta com 25, mas o ideal, conforme Rachel, seria no mínimo mais dez. O efetivo é calculado com base no número de imóveis e focos do aedes aegypti.
Após a confirmação do quarto caso de dengue na manhã de terça-feira, o Programa de Controle de Dengue realizou pela segunda vez a operação “Bloqueio de Casos”. Desta vez os técnicos percorreram 15 quarteirões do São Vicente (ampliaram em seis ruas o perímetro de transmissão) borrifando inseticida contra as casas para matar o aedes aegypti.
Reforço na orientação aos médicos
Para garantir que nenhum paciente com dengue passe despercebido por um médico de Itajaí, a Vigilância Epidemiológica está reforçando bastante as orientações aos médicos. De acordo com Rachel, ano passado foi ofertada capacitação sobre a dengue aos clínicos gerais que atuam na cidade. Neste ano, ainda não ocorreu. Mas a diretora informa que já acertou com a direção do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen um preparatório para os profissionais que atendem no pronto-socorro da unidade.
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_ Acredito que o número de casos vai aumentar consideravelmente, porque ainda estamos no início do verão e devido ao grande número de pessoas que vem para cá nesta época _ prevê Rachel.
Condições ideais para o mosquito
Ter o aedes aegypti em quantidade suficiente, muitas casas com quintal e, por consequência, recipientes onde pode haver acúmulo de água, tornou os bairros São Vicente e Cordeiros, em Itajaí, ideais para a proliferação do mosquito e transmissão do vírus da dengue, conforme a gerente de Zoonoses e Entomologia da Vigilância Epidemiológica, Suzana Zeccer.
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Suzana explica que qualquer município com registro de focos positivos de aedes aegypti está sujeito a apresentar casos de dengue.
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_ Normalmente o ciclo tem início quando alguém que viajou e está doente chega em uma determinada área e é picado pelo mosquito _ informa. A gerente de zoonoses frisa que nem todo aedes aegypti tem o vírus.
De acordo com Suzana, apenas a fêmea do mosquito pica as pessoas. É porque ela precisa da proteína do sangue humano para amadurecer os 300 ou 400 ovos que nascem com ela. As fêmeas costumam se alimentar ao amanhecer e no entardecer.
Nas condições ideais para o mosquito (ambiente com água parada, material orgânico, como uma planta em deterioração ou pedaço de um inseto, e sombra) a fêmea pode sobreviver até 30 dias. Segundo Suzana, ela precisa se alimentar a cada três dias, em média. Os ovos são colocados neste intervalo.
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_ Ela gruda os ovos na parede interna dos recipientes, acima do nível da água. Os ovos precisam apenas da unidade para eclodirem _ esclarece a gerente.
O mosquito costuma chegar as cidades de carona em veículos. O aedes aegypti pode vir adulto ou em ovos, o que é mais comum.
Sintomas da dengue
– Febre
– Dor de cabeça
– Dor no corpo
– Dor atrás dos olhos
– Pode haver dor nas juntas e manchas vermelhas na pele
* Ao apresentar algum desses sintomas evitar tomar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico, presente na aspirina, por exemplo.
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*FONTE DIVE
Como evitar o aedes aegypti
– Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda
-Plantas como bromélias devem ser evitadas porque acumulam água
-Coloque latas, tampas de garrafas, cascas de ovos e outras embalagens vazias em sacos plásticos bem fechados antes de descartá-los
-Mantenha as lixeiras tampadas
-Lave com escova os potes de comida e água dos animais uma vez por semana, no mínimo
– Deixe a tampa do vaso sanitário fechada e dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados
– Coloque cimento nos cacos de vidro dos muros
-Mantenha os ralos vedados e desentupidos
– Guarde os pneus secos e em local coberto ou preencha-os com areia
– Mantenha as calhas para água da chuva desentupidas
– Retire a água acumulada na laje
– Retire a água e limpe as bandejas externas de geladeiras
– Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem nenhuma abertura, principalmente as caixas d’água
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– Guarde as garrafas com o gargalo para baixo
– Evite acumular entulhos, pois podem se tornar locais de foco do mosquito
– Trate a água de piscinas com cloro e limpe-as uma vez por semana
* FONTE DIVE