Após ficar das 7h da manhã até as 18h30min depondo na Polícia Federal, nesta quarta-feira, o presidente da Câmara de Vereadores de Florianópolis, César Faria (PSD), anunciou que vai se afastar temporariamente do cargo, alegando que faz isso para não atrapalhar os andamentos da Operação Ave de Rapina, da Polícia Federal. Ele nega envolvimento em irregularidades.

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O delegado da PF, Ildo Rosa, no entanto, disse que foi solicitada a prisão preventiva ao juiz que está com o processo, mas a polícia obteve apenas o direito de conduzi-lo para depor. O delegado afirmou que ele será um dos indiciados na denúncia de desvio de dinheiro público da prefeitura. Ele é acusado de ter ajudado empresários a vencer licitações e a obter recursos públicos, pelos quais receberia propina.

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::Veja a entrevista coletiva

A PF o acusa de estar envolvido com uma quadrilha que fazia a mediação entre empresários, Câmara de Vereadores e prefeitura, até para a alteração de leis.

Cesar Faria – Esse questionamento (sobre a questão de alterações de leis) eu não me lembro de ter recebido. Não tenho conhecimento dessa questão. E friso: tem que ser apurado.

Quais acusações lhe foram imputadas pela PF?

Faria – Existem vários contratos com o Executivo e que estão sendo investigados. Alguns têm pessoas ligadas a mim, ligação de amizade e também de trabalho político. Então vamos ter abertura total para ajudá-los a investigar.

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Recebeu algum dinheiro?

Faria – Não. Não recebi dinheiro nenhum. Procurados por empresários nós somos todos os dias, tá? Ou para dar uma ideia, ou para dar sugestões de encaminhamentos. Mas nunca com “advocacia administrativa” (crime pelo qual é acusado). Sempre buscando o melhor para a cidade. Isso acontece com todos e faz parte da atribuição do vereador.

O senhor participou de alguma negociação que possa ter beneficiado alguma empresa?

Faria – Olha, está tendo essa investigação. Eu não participei de nenhuma negociação com o Poder Executivo para esse sentido. Realmente, eu afirmo para vocês: não tem propina.

A polícia afirmou que pediu a sua prisão. E que havia indícios suficientes para tal. Mas não foi concedido pela Justiça. Como vê essa situação?

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Faria – Como você mesmo está frisando, não foi decretada nenhuma prisão nossa (sic). Foi uma condução para prestar depoimentos. E para mostrar que eu quero continuar colaborando, eu estou tomando essa atitude de me afastar da presidência, que eu acho que vai deixar muito claro que estamos dispostos a estar fazendo com que isso seja totalmente investigado.

Na próxima terça-feira ocorrerá a eleição para a nova mesa diretora da Câmara (no biênio 2014-2015) e o senhor é candidato à reeleição. Continua na disputa?

Faria – Estou afastado da presidência.