Correção: Das 19h07min de quinta-feira até as 13h45min desta sexta-feira, este site informou equivocadamente que o advogado Handerson Laerte Martins alegou que o trio de clientes dele havia apontado os dois foragidos como suspeitos das agressões que mataram o advogado Roberto Caldart. No entanto, Martins disse que os dois foragidos estariam envolvidos na posse do terreno. O texto abaixo já foi corrigido.
Continua depois da publicidade
Um dos cinco policiais militares que, em horário de folga, se envolveram no episódio que acabou com a morte do advogado Roberto Caldart já tem condenação em primeira instância pelo crime de tortura. A informação foi confirmada pelo corregedor-geral da Polícia Militar (PM), coronel José Aroldo Schlichting.
OAB-SC cobra ação contra policiais que fazem serviços fora do expediente
Justiça decreta a prisão dos cinco PMs suspeitos de participação na morte
Continua depois da publicidade
Advogado é agredido e morto em Palhoça
Advogado morto em Palhoça era defensor das prerrogativas da profissão
PMs se apresentaram como policiais civis no episódio que acabou com a morte de advogado em Palhoça
Segundo Schlichting, o condenado por tortura recorreu e, enquanto aguarda sentença definitiva, tem permissão para continuar trabalhando, mas se a Justiça mantiver a condenação, ele será expulso da corporação. Dos outros quatro suspeitos, um também responde por abuso de autoridade. É Jairo Lima Junior. O processo ainda não tem decisão.
Os nomes não foram tornados públicos, pois, de acordo com Schlichting, “não é estratégico” divulgá-los, para poder garantir amplo direito de defesa e ao contraditório. A reportagem do DC apurou que o condenado por tortura é Vanderlei Bento da Costa, sentenciado, em dezembro de 2014, a três anos e quatro meses de prisão em regime fechado por crime praticado em junho de 2012.
A decisão é da juíza Carolina Ranzolin Nerbass Fretta , da 1ª Vara Criminal de Palhoça. A advogada Maria Lúcia Pacheco Ferreira Marques, que defende o policial no caso, não atendeu às chamadas da reportagem. Paulo Roberto Pereira, advogado de Costa no caso da morte de Caldart, afirma que a condenação somente vale quando transita em julgado, o que ainda não ocorreu no processo já que o policial recorreu da decisão.
Continua depois da publicidade
Pereira, que também defende Jairo Lima Junior, diz que vai pedir para a PM informações sobre os casos envolvendo seu cliente antes de se manifestar, mas disse que tanto Lima Junior quanto Costa “são bons policiais e não são bandidos”.
A Polícia Civil continua procurando por dois foragidos, que seriam civis. Até a tarde desta quinta-feira, nenhum deles havia sido preso ou se apresentado. O Instituto Geral de Perícia (IGP) diz que o laudo que atesta a causa da morte do advogado será concluído na terça-feira.
Quem são os policiais presos
Cabo Jairo Lima Júnior – Integrante do PPT do 4º Batalhão da PM. Entrou na corporação em 16 de janeiro de 2006. Promovido por merecimento intelectual em 2014.
Continua depois da publicidade
3º Sargento Vanderlei Bento da Costa – Foi nomeado em 27 de outubro de 1989 e atualmente estava em licença-prêmio. 14 dias após ter se envolvido no caso de tortura em que é réu na Justiça, ele foi premiado pelo Valorem, programa que valoriza a atuação dos policiais. Também concorreu a vaga no cadastro-reserva da Força Nacional.
Soldado Gilberto Apolinário – Entrou na PM em 7 de outubro de 2013 e estava lotado no 16º Batalhão da PM.
Soldado Fabiano Roberto Vieira – Entrou na PM em 7 de outubro de 2013 e estava lotado no 16º Batalhão da PM.
Continua depois da publicidade
Soldado Lucas Ricardo da Silva – Entrou na PM em 30 de junho de 2014 e estava lotado no 16º Batalhão da PM.
Contrapontos
Paulo Roberto Pereira, advogado de Jairo Lima Júnior e Vanderlei Bento da Costa
Diz que deve se manifestar sobre o caso com mais profundidade na tarde desta sexta-feira, depois de ter acesso ao exame cadavérico do corpo do advogado. Pereira afirma que os dois policiais são inocentes e não são bandidos. Eles negam envolvimento na morte de Caldart. Sobre o processo que Vanderlei Bento da Costa responde, o advogado diz que o procedimento está em fase de recurso e ainda não transitou em julgado. Em relação a processos que Jairo Lima Júnior se envolveu, Pereira diz que buscará informações junto à PM para entender os casos.
Handerson Laerte Martins, advogado de Gilberto Apolinário, Fabiano Roberto Vieira e Lucas Ricardo da Silva
Continua depois da publicidade
Afirma que os clientes dele estavam no local onde Caldart foi morto, mas defende que os três não tiveram envolvimento no crime. Martins diz que o trio foi até lá a pedido de um dos colegas, e que no momento da confusão ajudaram a conter o desentendimento. Os soldados, garante o advogado, não receberam pelo serviço. Martins diz que, diferentemente do que publicado anteriormente neste texto, os dois foragidos, até onde ele sabe, estavam envolvidos na emissão da posse da área.
Colaborou Hyury Potter