A Polícia Federal (PF) estava com duas equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) na UFSC terça-feira à tarde. Uma delas, com cães farejadores, buscava drogas enterradas ou escondidas no mato da região do bosque. O objetivo era materializar na apuração policial a existência de droga ilícita no local.

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A outra, com agentes à paisana, estava infiltrada no campus em busca de informações sobre o tráfico. Os policiais dizem que cumpriam diligência no inquérito que apura a venda de drogas no campus. Eles afirmam que há indícios não só de comércio de maconha, mas de cocaína, ecstasy e outras drogas sintéticas.

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O trabalho com os cães farejadores, conforme a PF, não teve sucesso em relação à denúncia de que haveria drogas enterradas. Mas, os policiais citam que um deles detectou que havia a droga nos estudantes que acabaram detidos com cigarros de maconha.

No inquérito, a PF conta com informações da movimentação de venda e consumo de drogas no campus fornecidas até mesmo pela própria UFSC.

Num dos relatórios de investigação, o Departamento de Segurança diz que o consumo é tanto que o lugar é conhecido como “maconhódromo”. Os policiais estariam mesmo de posse de imagens do circuito-interno do campus fornecido pelas universidade.

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Outra informação revelada ontem pela PF é que, na sexta-feira, policiais da DRE também estiveram na UFSC em investigação.

Nesse dia, a equipe acabou se deparando com três estudantes adolescentes de outra instituição de ensino com cigarros de maconha. Eles foram encaminhados à delegacia especializada da Polícia Civil.

Embora admitam que o foco da DRE seja atuar em peixes grandes do tráfico, os policiais não diminuem a importância de atuar também diante dos pedidos feitos para a investigação sobre o campus da UFSC.

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Citam, por exemplo, uma ação conjunta com a Polícia Militar em agosto de 2013. Foi a partir da prisão de estudantes, no Pantanal, perto da UFSC, que os agentes estouraram um laboratório de ecstasy na Lagoa da Conceição – foram apreendidos 33 mil comprimidos da droga.

Nesse caso, a polícia identificou a atuação de atacadistas da droga, distribuidores e atravessadores que tinham como foco a clientela de jovens moradora da região.

Dois inquéritos são abertos

Em razão do tumulto com os estudantes, a PF instaurou dois inquéritos. Um deles vai apurar a destruição de uma viatura e a de veículo da UFSC.

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Outro procedimento vai investigar ferimentos causados a dois policiais federais e a dois policiais militares, além da destruição de câmeras do circuito-interno da universidade.

Ocupação da reitoria

Cobrando garantias de que a polícia não irá mais atuar no campus, estudantes ocuparam a reitoria da UFSC após o tumulto com a PF. E não é só isso: entre as exigências, alunos podem legalização das festas dentro do campus, punição de todos os policiais envolvidos, além de aumentar o número de vagas na moradia estudantil e apresentar um plano de iluminação.

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Veja imagens do dia no campus da UFSC: